A Mistral AI continua a merecer a atenção dos investidores: depois de ter recolhido mais de cem milhões de euros há menos de seis meses, agora concluiu uma nova ronda de financiamento com mais 383 milhões de euros – e colocando a avaliação da startup próxima dos dois mil milhões de euros. O objetivo declarado da empresa é constituir-se como um rival europeu da OpenAI e está a trabalhar nos modelos de Inteligência Artificial sob um ângulo de tecnologia aberta.
Entre os fundadores da Mistral AI estão vários nomes que trabalharam na DeepMind e na Meta. “Desde a criação da Mistral AI em maio, temos uma trajetória clara: criar um campeão europeu com uma vocação global para a Inteligência Artificial generativa, baseada numa abordagem aberta, responsável e descentralizada”, sublinha Arthur Mensch, o diretor executivo da empresa, num comunicado citado pela publicação TechCrunch.
O primeiro modelo da Mistral foi lançado em setembro, o Mistral 7B, e não pretende competir diretamente com o GPT-4 da OpenAI ou o com o Claude 2 da Anthropic, uma vez que foi treinado num conjunto mais pequeno de dados, composto por sete mil milhões de tokens. O modelo foi tornado disponível como download gratuito para os programadores poderem executá-lo nos seus aparelhos e servidores, sob a licença Apache 2.0, sem restrições de uso ou reprodução.
Em paralelo com este anúncio, a Mistral revela ainda que está a abrir a plataforma de desenvolvimento em modo beta, via API. A estratégia é clara, com a empresa a pretender rentabilizar os seus modelos e a cobrar às outras empresas pelo uso. A plataforma vai dar acesso ao Mistral 7B (Mistral tiny) e ao Mistral 8x7B (Mistral small). Este último usa uma arquitetura em rede para processar os inputs e escolhe o grupo de parâmetros que seja mais adequado para dar a resposta.
O terceiro modelo, Mistral-medium, está disponível na plataforma de desenvolvimento da Mistral, sem link direto, somente via API paga e, em teoria, tem um melhor desempenho do que o das outras versões.
A Mistral AI foi ainda uma voz ativa na definição das discussões em torno do AI Act da União Europeia, o quadro que pretende regular a atividade da IA no ‘velho continente’ e que foi aprovado há poucos dias.
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