Moçambique. Portugal diz que vai continuar de "mãos dadas" no apoio contra o terrorismo

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"Portugal e Moçambique trabalham de mãos dadas sobre este assunto, desde há muito tempo", afirmou Francisco André, em declarações aos jornalistas em Maputo, após um encontro com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Manuel Gonçalves.

O apoio português a Moçambique na luta contra os grupos armados que atuam em Cabo Delgado permitiu a formação de 11 companhias de forças especiais do país africano, avançou.

"É evidente, não haja qualquer dúvida de que Portugal vai continuar a trabalhar com Moçambique neste assunto", sublinhou aquele dirigente.

Francisco André assinalou que o seu país trabalha em coordenação com os parceiros europeus no apoio ao país africano na luta contra os insurgentes em Cabo Delgado.

"Estamos a coordenar as nossas posições, na articulação com os parceiros europeus de Moçambique, penso que temos todas as condições para manter esta missão" de treino às forças especiais moçambicanas, enfatizou.

Populares do distrito de Chiúre, província moçambicana de Cabo Delgado, denunciaram hoje um novo ataque de grupos de insurgentes que provocou pelo menos quatro mortos e a destruição de várias infraestruturas.

Fontes das comunidades locais disseram à Lusa que os insurgentes atacaram no último sábado a comunidade de Magaia, no posto administrativo de Mazeze, naquele distrito do norte do país, provocando quatro mortos entre a população.

Nas últimas semanas têm sido relatados casos de ataques de grupos insurgentes em várias aldeias e estradas de Cabo Delgado, inclusive com abordagens a viaturas, rapto de motoristas e exigência de dinheiro para a população circular em algumas vias.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou na quarta-feira a autoria de um ataque terrorista em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 pessoas. Tratou-se de um dos mais violentos ataques em vários meses.

Através de canais de propaganda, o grupo terrorista documentou o ataque a uma posição das forças armadas moçambicanas, levando material bélico, e reivindicou ainda outro ataque em Chiúre.

Contudo, o administrador distrital de Macomia, Tomás Badae, confirmou no dia 12 que os grupos de insurgentes que atuam em Cabo Delgado atacaram uma posição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) no distrito.

O ataque aconteceu na noite de dia 09 e madrugada do dia seguinte, entre 23:00 e 03:00 (21:00 e 01:00 em Lisboa), no posto administrativo de Mucojo, a 45 quilómetros da sede distrital de Macomia: "Tomaram, sim, a posição e assaltaram-na, mas não temos mais informação se ainda estão lá ou já abandonaram".

Na terça-feira foi confirmado o ataque, também agora reivindicado pelo EI, no distrito de Chiúre, com a destruição de várias infraestruturas e igrejas.

O alvo foi a sede do posto administrativo de Mazeze, no interior do distrito de Chiúre, onde os rebeldes atearam fogo ao hospital, à secretaria do posto administrativo e à residência da chefe do posto administrativo, avançou o administrador distrital de Chiúre.

"As infraestruturas estão basicamente destruídas", disse Oliveira Amimo, acrescentando que os rebeldes destruíram a capela pertencente à Igreja Católica.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados pelo EI, o que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos do gás.

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