Moçambique. Presidente otimista na vitória contra grupos insurgentes

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"Estamos otimistas de que as coisas podem mudar", a favor das Forças de Defesa e Segurança (FDS), disse Filipe Nyusi, falando num encontro com os recém-eleitos dirigentes autárquicos da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, na Matola.

As FDS e as tropas estrangeiras envolvidas no combate aos insurgentes "estão a fazer o máximo", acrescentou.

As autoridades provinciais de Cabo Delgado estão no terreno a dirigir ações de combate aos grupos armados, avançou o chefe de Estado moçambicano e líder da Frelimo.

Filipe Nyusi admitiu que as incursões terroristas estão a criar um clima de insegurança, retraem investimentos e atrasam as iniciativas de desenvolvimento económico e social.

Na abertura do referido encontro, o secretário-geral da Frelimo, Roque Silva, declarou que a violência armada em Cabo Delgado, província rica em gás natural, foi uma das "adversidades" da atual governação de Filipe Nyusi, tendo exortado as FDS a manterem o empenho na luta contra a insurgência.

Depois de vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados pela violência armada em Cabo Delgado, a província tem registado, há algumas semanas, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, que têm limitado a circulação para alguns pontos nas poucas estradas asfaltadas que dão acesso a vários distritos.

A nova vaga de ataques terroristas em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, provocou 99.313 deslocados em fevereiro, incluindo 61.492 crianças (62%), indicou uma estimativa divulgada esta semana pela Organização Internacional das Migrações (OIM).

O ministro da Defesa Nacional moçambicano, Cristóvão Chume, confirmou em 29 de fevereiro ataques de insurgentes em quatro distritos da província de Cabo Delgado, mas garantiu não se trata "de um recrudescimento" das atividades terroristas no norte.

"Eu quero dizer que não é isso que está a acontecer, porque se fosse efetivamente isso, estaríamos a dizer que há distritos ou sedes distritais que estão ocupadas, sem acesso das populações. O que aconteceu é que há grupos pequenos de terroristas que saíram dos seus quartéis, lá na zona de Namarussia - que temos dito que é a base deles -, foram mais a sul, atacaram algumas aldeias e criaram pânico", disse Cristóvão Chume.

O governante, que falava aos jornalistas, em Maputo, no final de um encontro com uma missão de alto nível da União Europeia, garantiu que a situação em Cabo Delgado "continua estável, não obstante as últimas ocorrências no sul da província".

"Como se sabe, algumas aldeias nos distritos de Quissanga, Metuge, Ancuabe, Chiùre, sofreram alguns ataques, que originaram um deslocamento da população mais a sul, para a província de Nampula, e também para outros distritos de Cabo Delgado", reconheceu.

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