Monet, Carrington e Basquiat abrem temporada de esperança para leiloeiras dos milionários

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A nova época dos grandes leilões arrancou em força no início desta semana, com as duas maiores casas do mundo, a Sotheby's e a Christie's a começarem a temporada de primavera deste ano com duas lutas renhidas por obras marcantes da arte moderna do século XX, que trazem um reforçado otimismo ao setor.

O leilão da Sotheby's em Londres, na segunda-feira, centrou-se em torno de dois vultos da pintura modernista do passado século. O quadro “Meules a Giverny”, do conceituado impressionista Claude Monet, fo vendido por 34,8 milhões de dólares (cerca de 31,2 milhões de euros), depois de uma luta renhida pela obra.

Mas a britanico-mexicana Leonora Carrington não ficou muito atrás. O “Les Distractions de Dagobert”, da artista que morreu como uma das últimas sobreviventes do movimento modernista, em 2011, foi vendido por 26,2 milhões de euros.

Segundo o comunicado da Sotheby's, citado pela agência de notícias AFP, Carrington tornou-se assim numa das cinco mulheres artistas mais valiosas da história destes leilões, bem como uma das surrealistas mais pretendidas, superando as receitas dos quadros de Salvador Dali e Max Ernst (com quem teve uma relação).

Já a leiloeira Christie's organizou o seu evento inaugural da temporada em Paris, na terça-feira à noite, recolhendo um total de 105,7 milhões de euros - com o quadro “Untitled (ELMAR”, de Jean-Michel Basquiat a valer 42,7 milhões de euros.

O momento podia ter corrido muito mal para a leiloeira e para o mundo da arte, que procura recuperar o desinteresse por obras caras no ano passado. Nos dias anteriores ao leilão, a Christie's foi alvo de um grande ciberataque, que ameaçou que a venda de obras de arte seguisse em frente, mas o evento avançou na mesma presencialmente e por telefone, e foram vendidos 57 trabalhos.

Segundo o jornal “The New York Times”, as vendas em 2023 com a abertura da temporada da primavera nas três grandes leiloeiras - Sotheby's, Christie's e Phillips - foram dramaticamente inferiores do que em 2022, uma redução de mais de mil milhões de dólares num dos mercados mais ricos do mundo, que cresceu exponencialmente durante a pandemia.

Mas o mesmo jornal indica, segundo um estudo recente do Bank of America, que o preço médio de obras de arte vendidas em leilões em 2023 caiu 32%, o maior declínio em mais de sete anos.

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