O primeiro-ministro, Luís Montenegro, abriu a porta a uma discussão com o PS para a revisão do IRC, mas ressalvou que isso tem de acontecer nos moldes do que está previsto no Programa de Governo.
O repto partiu de Pedro Nuno Santos. No debate do Estado da Nação, o secretário-geral do PS começou por criticar a forma como o Governo pretende reduzir a carga fiscal para as empresas, através de uma descida da taxa de IRC, de 21% para 19% já em 2025 e até 15% em 2027.
Questionando quem ganha com a medida, o líder socialista respondeu que os principais beneficiados com a medida vão ser a banca, as seguradoras e a grande distribuição. "Vão baixar os juros que cobram aos clientes, remunerar melhor os seus trabalhadores? Vão baixar o preço aos consumidores? Vão pagar mais aos produtores?", interrogou-se Pedro Nuno Santos.
E rematou: "A medida de redução do IRC sem critério é errada, injusta e ineficaz".
Depois, questionou: "Está disponível para repensar connosco [PS] a estratégia e a política para para o IRC?".
Na resposta, Luís Montenegro disse que está "disponível para discutir estratégias para Portugal".