Morte de Alexei Navalny “é muito má para a Rússia”, desta Francisco Seixas da Costa

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A morte do líder da oposição a Vladimir Putin, a poucas semanas das eleições, descredibiliza ainda mais o regime autocrático que se instalou no Kremlin, considera o embaixador Francisco Seixas da Costa em declarações ao JE. Alexey Navalny morreu esta sexta-feira.

A morte do líder da oposição ao regime de Vladimir Putin, Alexei Navalny, vem “independentemente do que aconteceu de facto, descredibilizar ainda mais” o regime do Kremlin – e nesse quadro “é muito mau para a Rússia”, por muito que os seus líderes “se estejam nas tintas” para isso.

O embaixador Francisco Seixas da Costa – que lembra que a Constituição russa é democrata e que o regime a desvirtuou – afirma ainda, em declarações ao JE, que “qualquer inquérito oficial que venha a ser produzido” estará à partida ferido quanto à sua veracidade. “A hipótese de morte natural não terá qualquer credibilidade” na ótica do ocidente. Como não teve a morte de Yevgeny Prigozhin, o líder do grupo para-militar Wagner.

E se o ocidente não se preocupou com a morte do chamado ‘cozinheiro do Kremlin’, o desaparecimento do líder da oposição – que muitos analistas vinham antecipando – vem mais uma vez provar que o regime está “cada vez mais autocrático”, na apreciação de Francisco Seixas da Costa. A morte de Navalny “projeta a imagem desse autocracia”.

Segundo avança a agência russa TASS – que trata o líder da oposição como blogueiro – Alexey Navalny morreu na prisão, informou a direção do Serviço Penitenciário Federal da Região Autónoma de Yamalo-Nenets.

“Em 16 de fevereiro de 2024, na colónia penal nº 3, o condenado A. A. Navalny não se sentiu bem após uma caminhada, desmaiando quase instantaneamente. A equipa médica da unidade chegou imediatamente, uma ambulância foi chamada”, disse a agência em comunicado oficial.

“Todos os procedimentos de ressuscitação necessários foram realizados sem nenhum resultado positivo. A equipe da ambulância declarou o condenado morto. A causa da morte está sendo apurada”, diz a nota.

A TASS recorda que em 2 de fevereiro de 2021, o Tribunal Distrital Simonovsky de Moscovo converteu a pena suspensa de Alexey Navalny em prisão. Em março de 2022, também foi considerado culpado de desacato à Justiça e fraude cometida durante a angariação de fundos de campanha e, em agosto de 2023, de estabelecer uma comunidade extremista.

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