Moscovo alerta moradores de Kursk para não usarem aplicações de encontros; 120 mil russos fogem das zonas fronteiriças (909º. dia de guerra)

1 mes atrás 58

O Kremlin alertou os moradores de Kursk para que não utilizem aplicações de encontros, devido aos riscos de espionagem, num momento em que prossegue a incursão da Ucrânia na região. O alerta foi dado por um porta-voz do ministro do Interior, que declarou: “É altamente desencorajado usar serviços de namoro online. O inimigo utiliza ativamente esses recursos para a recolha secreta de informações.”

Os avisos também foram emitidos para as regiões fronteiriças, ali próximas, de Bryansk e Belgorod. Foram ainda feitos apelos para que sejam desligados os sistemas de circuito fechado de televisão e as câmaras do painel dos carros, de forma a minimizar a recolha de informações. “O inimigo está a identificar massivamente endereços IP nos nossos territórios, e está a ligar-se remotamente a câmaras de vigilância através de vídeo desprotegidas; visualizam tudo, desde pátios privados até estradas e rodovias de importância estratégica”, acrescentou aquele porta-voz.

As novas medidas foram acompanhadas de uma ordem para que as tropas russas removessem todas as etiquetas de geolocalização e dados pessoais identificáveis ​​dos seus telemóveis, conta ainda o jornal “The Telegraph”.

Mais de 122 mil russos fugiram das regiões fronteiriças durante a invasão ucraniana de Kursk, revelou a agência russa TASS, citando o Ministério de Emergências da Rússia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já tinha afirmado anteriormente que as suas forças capturaram 1250 quilómetros quadrados e 92 localidades na província de Kursk.

No entanto, os militares russos disseram nesta terça-feira que as suas forças frustraram tentativas de ataques ucranianos em quatro localidades na parte ocidental de Kursk e assumiram o controlo do que descreveram como o centro logístico estratégico de Nova Iorque, no leste da Ucrânia.

“As operações de reconhecimento e busca continuam a identificar e a destruir grupos de sabotagem inimigos em aglomerados de floresta que tentavam penetrar profundamente no território russo”, referiu o Ministério da Defesa em comunicado. Aviões de guerra russos também atacaram concentrações de mão-de-obra e equipamento ucraniano no lado ucraniano da fronteira, detalhou ainda Moscovo.

A confirmar-se, a captura de Nova Iorque marcaria outro avanço no esforço árduo de Moscovo para capturar toda a região de Donetsk, ao mesmo tempo que luta para pôr fim à incursão ucraniana de duas semanas na região de Kursk. Kiev ainda não confirmou que Nova Iorque caiu em mãos russas. O Estado-Maior da Ucrânia reconheceu que as tropas russas estavam a atacar perto de Nova Iorque, mas sintetizou que as forças ucranianas estavam a dar-lhes “um empurrão digno”.

Zelensky admitiu, contudo, que a situação era “difícil” na linha da frente do leste da Ucrânia, perto do centro logístico estratégico de Pokrovsk e também perto da cidade de Toretsk.

Global Images Ukraine

Outras notícias em destaques:

⇒ O Ministério da Defesa russo anunciou a criação dos agrupamentos militares Belgorod, Briansk e Kursk, para defender as regiões fronteiriças homónimas com a Ucrânia dos ataques em curso pelas forças de Kiev. A criação destas unidades foi revelada pelo Ministério da Defesa no final de uma reunião presidida pelo titular da pasta, Andrei Belousov. Os novos grupos vão defender os cidadãos de drones e outro tipo de ataques ucranianos.

⇒ O Parlamento ucraniano adotou um projeto de lei que prevê a proibição da Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscovo, considerada sob influência do Kremlin. Em reação, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, denunciou a decisão do Parlamento ucraniano como uma estratégia que visa "destruir a ortodoxia canónica e verdadeira e trazer para o seu lugar uma substituta, uma falsa Igreja".

⇒ Parte dos lucros arrecadados na União Europeia a partir de bens congelados russos serão destinados à compra de munições para a Ucrânia devido à invasão russa, anunciou a República Checa, que ficará encarregue de tal aquisição. "A República Checa ganhou outra fonte significativa de fundos, que utilizará para financiar o fornecimento das tão necessárias munições de grande calibre à Ucrânia. Estas são as receitas dos fundos congelados nos países da União Europeia ao Banco Central da Rússia", indica o Governo checo em comunicado.

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