Muitos dos prisioneiros libertados da Rússia "temiam pelas suas vidas"

2 meses atrás 67

02 ago, 2024 - 06:52 • Lusa

O presidente dos EUA classificou a libertação como um "alívio incrível" para as famílias e um feito de diplomacia e deu ainda crédito aos aliados dos EUA pela troca de prisioneiros, dizendo que é "um exemplo poderoso de por que razão é vital ter amigos neste mundo".

Os prisioneiros libertados esta quinta-feira pela Rússia e Bielorrússia, numa grande troca de prisioneiros com o Ocidente, "temiam pelas suas vidas", frisou o chanceler alemão, Olaf Scholz, depois de receber vários destes no aeroporto de Colónia.

"Foi muito comovente", frisou Olaf Scholz aos jornalistas, após um encontro com os presos libertados que decorreu à porta fechada, porque "muitos não esperavam" que a libertação acontecesse agora e "ainda estão cheios de emoções por finalmente se encontrarem livres".

"Muitos temiam pela sua saúde e também pelas suas vidas, deve ser dito", apontou o chanceler alemão, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Dois aviões chegaram a Colónia, no oeste da Alemanha, oriundos de Ancara (Turquia) com a maioria dos 16 prisioneiros libertados a bordo, de acordo com a agência de notícias Efe.

Apenas um pequeno grupo voou diretamente para os EUA.

Aterraram em Colónia os cinco presos alemães ou com dupla nacionalidade, russa e alemã, que faziam parte da troca negociada durante meses entre o Ocidente e Moscovo.

Os libertados são Rico Krieger, condenado por Minsk por terrorismo, Kevin Lik, um russo-alemão de 19 anos condenado por alta traição, Patrick Schoebel, um turista acusado de tráfico de droga, German Moïjes, um jurista russo-alemão e Dieter Voronin, um politólogo russo-alemão.

A artista russa Alexandra Skotchilenko também estava a bordo do avião, segundo fontes ligadas ao processo.

Aos 33 anos, foi detida na Rússia em abril de 2022 por substituir etiquetas de preços num supermercado por mensagens que denunciavam a ofensiva na Ucrânia, que lhe valeu sete anos de prisão em novembro de 2023.

O chanceler alemão defendeu-se, perante as críticas inclusive da Amnistia Internacional (AI), da decisão do seu Governo de libertar um alegado agente do Serviço Federal de Segurança (FSB) preso na Alemanha desde 2019, na sequência da sua condenação pelo homicídio de um antigo comandante separatista checheno em Berlim.

"Somos uma sociedade imbuída de humanismo e da ideia... de que quando as pessoas têm de temer pela sua existência porque lutam pela liberdade e pela democracia, então podem contar com a proteção dos outros", realçou Scholz.

Destaques V+

Ler artigo completo