Muitos funcionários da NVIDIA tornaram-se milionários e agora não querem trabalhar

9 meses atrás 109

As ações da NVIDIA valorizaram 1200% nos últimos cinco anos. Como tal, os funcionários mais antigos, que possuem ações da empresa, já não querem trabalhar mais. E isso está a tornar-se num problema complicado para a gigante dos chips.

NVIDIA: desempenho de funcionários-chave, milionários, cai fortemente

A NVIDIA é uma das principais beneficiárias da ascensão da inteligência artificial (IA). Isso fez com que a valorização das ações disparasse e, com ela, a fortuna do seu CEO. No entanto, Jensen Huang não é o único que aumentou significativamente a sua riqueza nos últimos anos.

Os funcionários mais antigos também se tornaram milionários e vivem agora numa situação de emprego de "semirreforma". A situação está a criar tensões com os funcionários que estão na empresa há menos tempo. Foi já necessária a intervenção do próprio diretor-geral.

A liderança absoluta da NVIDIA no fabrico de processadores específicos para a IA fez com que as ações da NVIDIA valorizassem 1200% nos últimos cinco anos. E isso levou a que alguns dos colaboradores mais antigos da empresa, que receberam ações como bónus ou pagamento de salário, se tornassem milionários. Isso leva a que olhem para o trabalho com mais serenidade e menos empenho. Estes não querem cargas de trabalho como aquelas que os recém-chegados à empresa têm!

Durante a última reunião interna da empresa, Jensen Huang respondeu a uma lista de perguntas dos funcionários. De acordo com treze deles e dois profissionais de recursos humanos consultados pelo Business Insider, uma das perguntas era sobre o declínio do desempenho destes funcionários milionários.

Na sua resposta, Jensen Huang afirmou que "[...] trabalhar na NVIDIA é como um "desporto voluntário", pelo que cada funcionário deve agir como "CEO" do seu próprio tempo". O administrador referiu ainda que se tratam de decisões que devem ser tomadas por adultos. Huang acrescentou que cada pessoa deve ter consciência do seu trabalho e trabalhar tanto quanto achar necessário, mas sempre com a responsabilidade do seu cargo.

Empresa não quer despedir ninguém

A política laboral da NVIDIA é uma das mais flexíveis e permissivas do Silicon Valley. Enquanto as principais empresas tecnológicas despediram grande parte da sua força de trabalho, o fabricante de chips manteve o seu firme compromisso de manter toda a sua força de trabalho. Os últimos cortes de empregos da NVIDIA foram em 2008. Aliás, oscilações nas vendas levaram a corte no salário do CEO!

A NVIDIA tem uma cultura de trabalho que coloca o empregado no centro. Jensen Huang é o seu principal porta-estandarte e tem servido para assegurar que os empregados mais antigos da empresa são apoiantes leais do seu diretor-executivo. Os recém-chegados não concordam com o facto de alguns dos veteranos negligenciarem os seus deveres devido à falta de motivação financeira.

Jensen está a levantar uma questão importante, que é "façam o raio do vosso trabalho".

Disseram alguns funcionários ao Business Insider.

Regra geral, as grandes empresas dispõem de sistemas de avaliação e de formação que permitem determinar o nível de desempenho dos seus trabalhadores e, em caso de queda pontual do desempenho, estes são encaminhados para programas de incentivo à sua produtividade.

Os empregados da NVIDIA disseram ao Insider que tais planos não existem na NVIDIA, pelo que a empresa não avalia o desempenho dos seus empregados e raramente os corrige quando a sua produtividade diminui. Isso faz com que os novos funcionários se sintam prejudicados com o trabalho dos seus colegas veteranos que se tornaram milionários com as ações da empresa. Quando a empresa deteta um caso, simplesmente transfere o empregado para outra equipa para ver se melhora.

Imagem instalações da Nvidia

Vista aérea do NVIDIA Voyager e Endeavour, o novo quartel-general da empresa em Santa Clara, Califórnia

Novos-ricos não querem continuar uma vida de trabalho intenso

Este não é um problema exclusivo da NVIDIA. O problema de fraco desempenho, com os seus empregados milionários, não é um caso isolado. Nos últimos tempos, tem-se verificado um número crescente de casos em que os primeiros empregados de empresas em fase de arranque se tornaram milionários, fazendo das suas empresas bolas na bolsa e trabalhando apenas o necessário.

Além disso, o aumento das contratações entre 2020 e 2022 fez com que muitos funcionários que recebiam salários próximos de um milhão de dólares não tivessem tarefas atribuídas.

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