Museu de Évora inaugura exposição de autorretratos de Maria José Palla

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Intitulada "Maria José Palla: o auto-retrato como natureza-morta -- uma retrospetiva", a mostra temporária tem inauguração marcada para as 15h30 de sábado, podendo ser visitada pelo público até 15 de setembro.

Comissariada por Sandra Leandro, diretora do museu, a iniciativa apresenta "90 fotografias e 19 objetos de formatos diversos", da autoria da artista.

"Maria José Palla fez retratos de poetas, mas, para esta retrospetiva, não fui buscar essas obras. Esta exposição é só sobre os seus autorretratos", feitos "com fotografia analógica, à antiga, e também digital, através de diferentes processos fotográficos", explicou hoje à agência Lusa a comissária da mostra.

Segundo Sandra Leandro, trata-se de "uma exposição bastante cinematográfica", que ocupa "o primeiro piso do museu", com obras em que, sendo ou não fotografias, 'espelham' sempre Maria José Palla.

"Temos as 90 fotografias, mas também os 19 objetos. Ela criou um conjunto de objetos com fotografias plissadas e interroga-se sobre se essas fotografias são ou não livros, mas são sempre autorretratos, de uma forma ou de outra", argumentou, explicando que até "um dos objetos que é uma moldura vazia" também 'retrata' a autora.

Maria José Palla "considera-se espelhada nesses objetos porque são naturezas mortas", frisou Sandra Leandro, que, ao escolher os trabalhos para a exposição, disse ter-se concentrado "na força do rosto" da artista: "Ela andou sempre à procura dela própria, através dessa procura no espelho que é a fotografia".

A artista fotografa-se "compulsivamente", desde a década de 80 do século XX, "atualizando a procura de si nos reflexos e espelhos da fotografia, que nesta exposição são metáfora", indicou o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo.

Segundo o museu, a artista, atualmente com 79 anos, nasceu em Lisboa, em 1944, e é filha "de uma artista plástica que se apagou, Zulcides Saraiva" e do "fotógrafo, arquiteto e designer consagrado Victor Palla (1922-2006)".

No domínio da investigação académica, é jubilada pela Universidade Nova de Lisboa e doutorada pela Sorbonne de Paris, onde esteve exilada. É especialista na obra do dramaturgo Gil Vicente.

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