"Se o país estiver pacífico e estável, temos um plano para realizar eleições no maior número possível de secções, mesmo que o sufrágio não possa ser realizado em âmbito nacional", afirmou o líder à agência de notícias russa Tass, em 18 de março.
A entrevista foi publicada na edição de hoje do meio de comunicação estatal birmanês Global New Light of Myanmar.
"Temos um ultimato para organizar eleições livres e justas", sublinhou Min Aung Hlaing, sem especificar uma data.
Os generais birmaneses tomaram o poder em fevereiro de 2021 sob o pretexto de fraude massiva durante as eleições legislativas que aconteceram novembro de 2020, vencidas pelo partido pró-democracia da líder Aung San Suu Kyi, que no momento se encontra presa.
Os militares prometeram eleições assim que o estado de emergência fosse levantado, mas esse continua a ser renovado devido ao prolongamento do conflito entre o exército e os seus opositores, que já conquistaram várias regiões do país.
A junta também condicionou as eleições à realização de um recenseamento nacional, que ainda está em curso.
Em setembro passado, cerca de trinta partidos políticos receberam autorização para participar nas futuras eleições, mas não a Liga Nacional para a Democracia (LND), de Suu Kyi, que já havia sido dissolvida alguns meses antes.
Os responsáveis dos partidos disseram nessa altura à AFP que uma votação poderia ocorrer em 2025.
Desde então, uma ofensiva coordenada por grupos minoritários étnicos perto da fronteira chinesa revigorou o movimento de protesto contra a junta militar.
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