"Não" à UE lidera referendo na Moldova. Presidente fala em ataque à democracia

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20 out, 2024 - 23:17 • Ricardo Vieira, com Lusa e Reuters

De acordo com a Comissão Central de Eleições (CEC), 43,14% dos moldovos votaram sim e mais de 55% votaram contra a integração europeia, quando estão contados quase 70% dos votos expressos.

Os eleitores da Moldova rejeitaram este domingo a adesão à União Europeia (UE) por mais de 55% dos votos, num referendo constitucional boicotado por candidatos pró-russos, de acordo com resultados oficiais ainda parciais.

De acordo com a Comissão Central de Eleições (CEC), 43,14% dos moldovos votaram sim e mais de 55% votaram contra a integração europeia, quando estão contados quase 70% dos votos expressos.

A contagem de votos na capital, Chisinau, e da diáspora, que estão mais inclinados a aderir ao bloco europeu, podem ainda alterar o resultado, mas o eleitorado pró-russo, incluindo o região autónoma de Gagauzia - mais de 95% contra - foi declaradamente contra.

Se forem confirmados, estes resultados serão um revés para a chefe de Estado cessante, Maia Sandu, mesmo sendo ela a vencedora na primeira volta das presidenciais que decorreram também hoje, mas que enfrentará um candidato pro-Rússia na segunda volta, o ex-procurador-geral Alexandr Stoianoglo, que boicotou o referendo de hoje.

Transnístria. Sabe onde fica no mapa? E que papel tem na guerra na Ucrânia?

Maia Sandu ainda aguarda pelos resultados finais, mas fala num ataque "sem precedentes" à democracia no país do antigo bloco soviético.

De acordo com a Presidente moldova, grupos criminosos apoiados por forças estrangeiras tentaram comprar 300 mil votos.

"Vamos esperar pelos resultados finais, e vamos responder com decisões firmes", declarou Maia Sandu, em comunicado.

A confirmar-se a vitória do não, de pouco adiantou o governo moldavo, que iniciou as negociações de adesão à UE em dezembro de 2023, ter recebido um grande impulso de Bruxelas na véspera da votação, com um pacote de assistência de 1.800 milhões de euros para os próximos três anos.

A Moldova, um dos países mais pobres da Europa, esperava aderir até 2030 à UE, para onde já exporta 65% dos seus produtos e de onde recebe mais de 80% do investimento direto.

As atuais autoridades, a favor da adesão, parecem ter sido prejudicadas pelo facto de a consulta popular coincidir com as eleições presidenciais, após quatro anos de queda do nível de vida devido à covid-19, ao conflito na vizinha Ucrânia e à guerra energética com a Rússia.

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