“Não basta dizer que se prendem os incendiários”. A floresta “precisa de um projeto”

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Incêndios

22 set, 2024 - 20:08 • Hugo Monteiro

Manifestantes pedem fim da monocultura do do eucalipto e atenção para o abandono do território. Protestos espalharam-se por uma dezena de localidades.

Manifestantes no Porto pediram o fim da monocultura do eucalipto, como forma de ajudar à prevenção e combate aos incêndios.

Cerca de uma centena de pessoas manifestou-se este domingo à tarde frente à Câmara do Porto, num dos vários protestos que se repetiram em mais de uma dezena de localidades. Sob o lema “O país arde, temos de acordar”, os manifestantes exigiram o fim da monocultura do do eucalipto e pretenderam chamar a atenção para o abandono do território.

No protesto do Porto, Manuel Reis, da Agir pelo Planeta, uma das associações que convocaram as manifestações, defendeu que Portugal precisa de um “projeto para a paisagem”, que inclua uma “floresta autóctone”, até porque “já se sabe que uma monocultura” do eucalipto não ajuda a resolver o problema dos incêndios. “Pelo contrário, em determinadas situações, torna quase impossível o seu combate”.

Para este responsável, “como as coisas estão a progredir, não basta dizer que vamos prender os incendiários”, pelo que se o país “quer ter futuro, precisa de ter um projeto no sentido de uma floresta diferente”.

Bombeiros prometem manter vigília

A manifestação decorreu a poucos metros de um outro protesto, o dos sapadores bombeiros que estão em vigília há 17 dias frente à autarquia. Pedro Ferreira tem 46 anos e é bombeiro há 23. À Renascença assegurou que os sapadores vão continuar o protesto por tempo indeterminado, até que o Governo ouça as suas reivindicações, que vão “desde a aposentação até o subsídio de risco”.

Pedro Ferreira lamenta que o Governo ainda “não tenha ouvido os bombeiros”, que, até agora, apenas receberam o contacto “dos vários partidos que têm assento parlamentar”.

Os bombeiros em protesto também não receberam “qualquer contacto por parta da Câmara Municipal”. “É certo que isto não é uma luta, neste momento, contra a Câmara Municipal, mas antes contra o Governo. Mas ficava bem ao Executivo da Câmara do Porto, que está aqui paredes meias connosco, vir aqui e perceber o que se passa, uma vez que nós somos funcionários da autarquia”, lamentou.

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