“Não é com processos ou ameaças que me vão calar”, diz Ventura

2 horas atrás 18

Líder do Chega diz que não incitou à desobediência, mas sim à “obediência total às autoridades”.

André Ventura considera que a queixa-crime de que vai ser alvo, por conta das declarações que o Chega fez sobre a morte de Odair Moniz, morto pela PSP no Bairro do Zambujal, é uma perseguição e negativa para a justiça portuguesa, que já se encontra “atolada” de processos. Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o presidente do Chega fez questão de deixar um recado: “não tenho medo. Não é com processos ou ameaças que me vão calar”.

“A esquerda pode dizer o que quiser a quem quiser. E a direita, se disser, vai presa. Eu não tenho medo. A democracia é para valer e não é com processos ou ameaças que me vão calar, nem vão calar o Chega”, vincou André Ventura.

Lembrar que o presidente do Chega indicou que o Governo deveria “condecorar” o agente da PSP que matou Odair Moniz e não puni-lo ao constituído arguido por “fazer o seu trabalho”. As declarações de Ventura e de Pedro Pinto, que defendeu a utilização das armas, geraram mal-estar entre os partidos e também num grupo de cidadãos, entre os quais a ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem, que avançou com a queixa-crime contra estes dois membros do Chega.

Ventura considerou ainda “estranho que uma antiga ministra esteja entre os subscritores de uma queixa-crime”, sendo esta uma atitude que o político considera pouco democrática. Entre os nomes que subscrevem a queixa estão João Maria Jonet, Daniel Oliveira e Pedro Marques Lopes.

Apesar de reconhecer exagero em algumas afirmações, o presidente do Chega diz que não incitou à desobediência, mas sim à “obediência total às autoridades”. Ventura considerou ainda que a queixa-crime é “uma coisa sem nenhum sentido e sem nenhum cabimento num momento em que a justiça era entupida de trabalho”.

“Levar para os tribunais uma discussão política, de cariz social, que apenas é para fazer perseguição e pressão no sentido de dizer: ‘Cuidado, porque se não dizem as coisas certas a que o país se habituou, nós somos capaz de vos pôr na prisão. Isto mostra uma democracia pouco madura, pouco capaz de lidar com a diferença de opinião e, sobretudo, muito pouco amiga do pluralismo”, apontou.

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