Não houve Aleluia

6 meses atrás 51

Em Semana Santa, a Páscoa açambarca grande parte da criatividade. Este sábado, no Estádio do Bessa, acabou por não ser diferente.

Sábado de Aleluia retratou um empate pouco ou nada santo entre Boavista e Rio Ave. Foi um duelo bastante dividido - quer entre as formações, quer em momentos de jogo. O nulo no marcador permaneceu do início ao fim, mas ainda deu muito a contar.

O Boavista manteve os habituais titulares, enquanto o Rio Ave demonstrou algumas mudanças. Luís Freire viu-se obrigado a mexer cedo na equipa, devido às lesões de Josué Sá e Amine Oudhiri. Baixas de peso de jogadores influentes.

Três vidas diferentes

A primeira parte deste encontro, à semelhança da escrita e reescrita ressurreição de Jesus Cristo que alegadamente aconteceu ao terceiro dia, teve três partes distintas.

Tanto Boavista e Rio Ave subiram ao relvado com vontade de demonstrar bom futebol. E assim foi durante boa parte do tempo. Com ligeiro ascendente vilacondense, eram boas e muitas as investidas parte a parte, ainda que nem João Gonçalves nem Jhonatan tivessem tido um grande volume de trabalho.

Depois disso, o jogo esmoreceu. Luís Freire viu-se obrigado a retirar Josué e Amine por lesão no decorrer da primeira parte e, para além disso, era notória a decadência de ritmo do encontro - mesmo num Boavista sem alterações.

Os minutos finais reservaram pouca emoção, ao contrário do sucedido no início. Cadência lenta, criatividade escassa e tudo muito amorfo. Mesmo assim, esperava-se bom nível após o intervalo.

Há que mudar

Depois da forma dormente como a primeira parte terminou, havia a necessidade de mudar. Quem o fez foi Luís Freire, mesmo já tendo queimado duas substituições nos 45 minutos iniciais. Fez Joca subir ao relvado após o intervalo e veio mudar o jogo quase na totalidade. Dinâmica, verticalidade e criatividade. O encontro precisava disto mesmo..., mas o Boavista não.

Os panteras mostraram, ao início, que estavam em campo para vencer e acabar com a série inconstante de resultados, no entanto Ricardo Paiva tardou em fazer alterações e em mudar a toada que a equipa boavisteira atravessava.

Por falar em mudar: tudo mudou mesmo. Depois de uma hora de ligeiro ascendente rioavista, como já havíamos escrito, Emmanuel Boateng viu o segundo cartão amarelo e deixou a turma de Luís Freire reduzida a dez elementos.

O Rio Ave chegou a colocar a bola dentro da baliza, mas um falta sobre João Gonçalves ditou a invalidação e, verdade seja dita: mesmo com menos um jogador, os vilacondenses bateram-se como se estivessem a jogar de igual para igual.

No final, nada mais houve para contar. Não houve Aleluia. O Rio Ave somou o quinto empate consecutivo na Liga Portugal Betclic e o Boavista regressou aos pontos, depois da derrota pesada em Alvalade.

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