Não houve "alterações significativas" na entrega de ajuda a Gaza

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"Desde o início de abril, uma média de 181 camiões carregados com ajuda entraram em Gaza através dos postos de passagem de Kerem Shalom e de Rafah. Este número continua a ser muito inferior à capacidade operacional de ambas as passagens fronteiriças e ao objetivo de 500 camiões por dia", declarou a agência especializada da ONU num comunicado.

O Coordenador das Atividades do Governo nos Territórios (COGAT), a autoridade militar israelita responsável pelos territórios palestinianos, afirmou que até 126 camiões com ajuda humanitária passaram hoje para o norte da Faixa de Gaza.

"Dos 5.000 camiões de ajuda que entraram em Gaza no último mês, mais de 99,5% foram autorizados. É este o papel de Israel nas operações: inspecionamos a ajuda para nos certificarmos de que não contém objetos que possam ser utilizados pelo [movimento islamita palestiniano] Hamas para o terrorismo", declarou, noutra mensagem.

A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que hoje entrou no 193.º dia, continuando a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, e fez até agora na Faixa de Gaza mais de 33.800 mortos, mais de 76.200 feridos e milhares de desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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