NASA lançou o primeiro satélite climático para estudar as emissões de calor nos polos da Terra

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Pela primeira vez, a NASA utilizará satélites de monitorização das alterações climáticas para detetar a perda de calor nos polos da Terra. A agência americana já enviou o primeiro de dois.

NASA lançou o primeiro satélite climático para estudar as emissões de calor nos polos da Terra

A NASA lançou com êxito o primeiro de dois satélites climáticos destinados a estudar as emissões de calor nos polos da Terra. A agência espacial americana lançou-o no dia 25 de maio, utilizando um foguetão Rocket Lab Electron, a partir do Complexo de Lançamento 1 em Mahia, na Nova Zelândia.

O segundo satélite deverá ser lançado em breve do Complexo de Lançamento 1 num foguetão Electron. Após um período de controlo de 30 dias para confirmar as operações normais, espera-se que a missão continue durante dez meses.

Os dispositivos fazem parte da missão Polar Radiant Energy in the Far-InfraRed Experiment (PREFIRE) da NASA, que procura medir a quantidade de calor que a Terra emite para o espaço a partir de duas das regiões mais frias e isoladas do planeta. O satélites têm a forma de um cubo, e são do tamanho de uma caixa de sapatos - CubeSats.

Segundo a NASA citada pelo Interesting Engineering, os dados do projeto PREFIRE ajudarão os investigadores a prever com maior precisão o gelo, os oceanos e os padrões meteorológicos da Terra. Isto, porque oferecerão aos cientistas uma visão abrangente da forma como as regiões polares da Terra têm impacto na absorção e libertação de energia do planeta.

Isto irá melhorar a previsão da perda de gelo marinho, do derretimento dos lençóis de gelo e da subida do nível do mar, criando uma melhor compreensão da forma como o sistema do nosso planeta irá mudar nos próximos anos - informação crucial para os agricultores que acompanham as mudanças no clima e na água, para as frotas pesqueiras que trabalham em mares em mudança e para as comunidades costeiras que constroem a resiliência.

Explicou Karen St. Germain, diretora da divisão de Ciências da Terra da NASA, em Washington, num comunicado.

Satélites da NASA vão estudar os polos da Terra a partir do espaço

Cada CubeSat da missão está equipado com um espetrómetro térmico de infravermelhos, que utiliza espelhos e sensores com formas especiais para medir os comprimentos de onda do infravermelho. O foco dos dois dispositivos será o orçamento energético da Terra, ou seja, o equilíbrio entre a energia térmica proveniente do Sol que entra no planeta e a energia térmica irradiada para o espaço. Este equilíbrio determina a temperatura e o clima do planeta.

NASA lançou o primeiro satélite climático para estudar as emissões de calor nos polos da Terra

Os investigadores sublinham que, embora um satélite possa acompanhar as mudanças sazonais, são necessários dois satélites em órbitas quase polares para monitorizar as interações a curto prazo, como a influência da cobertura de nuvens na temperatura.

O PREFIRE da NASA vai permitir-nos obter novas medições dos comprimentos de onda do infravermelho distante emitidos pelos polos da Terra, que podemos utilizar para melhorar os modelos climáticos e meteorológicos e ajudar as pessoas em todo o mundo a lidar com as consequências das alterações climáticas.

Disse Tristan L'Ecuyer, investigador principal do PREFIRE da Universidade de Wisconsin-Madison, acrescentando que "as suas observações ajudar-nos-ão a compreender os fundamentos do equilíbrio térmico da Terra, permitindo-nos prever melhor a forma como o gelo, os mares e o clima irão mudar face ao aquecimento global".

A missão PREFIRE resulta de uma colaboração entre a Universidade de Wisconsin-Madison e a NASA. Os espetrómetros foram doados pelo JPL da NASA, que supervisiona a missão em nome da Direção da Missão Científica da agência, e os CubeSats foram construídos pela Blue Canyon Technologies. A universidade tratará dos dados recolhidos pelos dispositivos.

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