Nem honra, nem glória

7 meses atrás 56

Temeu-se o pior, até porque a gigante incapacidade durante quase uma hora não augurava nada de bom, mas depois Cafarquliyev ajudou, ao ver o cartão vermelho na segunda metade. O balão de oxigénio, ainda assim, não foi suficiente para o SC Braga ultrapassar o Qarabag. Em Baku, os minhotos empataram por duas vezes a eliminatória, mas acabaram eliminados no último minuto do prolongamento. A vitória por 2-3 teve sabor amargo para os lusos.

Durante toda a primeira parte, a equipa portuguesa limitou-se a ver jogar. Incapaz de segurar a bola por mais do que meros segundos em vários momentos, muito menos de controlar o jogo com ela, a turma arsenalista jogou aquilo que o adversário permitiu. E o Qarabag apresentou-se dominador, ainda que a primeira chance tenha sido de Simon Banza. Uma gota no oceano que foi a falta de ideias para contrariar os azeris. Do outro lado, Matheus em vários momentos passou por sobressalto.

Vermelho com ares de mudança

Minuto 57. Uma entrada imprudente de Cafarquliyev sobre Roger Fernandes resultou no segundo amarelo e respetivo vermelho. A cartolina encarnada trouxe ares de mudança: o Qarabag encolheu perante a inferioridade numérica e o SC Braga, que nunca tinha conseguido controlar verdadeiramente o encontro, ganhou fôlego para subir linhas e encostar os azeris aos últimos 30 metros.

Reconhecendo a importância do momento e a necessidade de assumir maiores riscos, Artur Jorge colocou a carne toda no assador. Bruma, um dos jogadores lançados pelo técnico minhoto, desenhou o lance pela esquerda, colocou na área e o menino brilhou. Roger Fernandes, com um remate em arco, adiantou a equipa arsenalista, aos 70 minutos.

Limitado a pouca utilização derivado da condição física ainda débil, como foi dito pelo timoneiro bracarense na antevisão, Bruma jogou o suficiente para ser decisivo. Aos 83', voltou a estar na assistência para um pontapé em arco de Álvaro Djaló, que fez a bola aninhar-se no fundo das redes de Lunev e devolveu a esperança aos arsenalistas.

Erros que a este nível...

O SC Braga tinha a superioridade numérica, tinha o ímpeto e todo um contexto que de repente era altamente favorável às suas ambições. Mas a equipa entrou apática - e errática - no prolongamento e ofereceu aos azeris exatamente o que procuravam, lances de bola parada que pudessem aproximá-los da baliza de Matheus e, consequentemente, do golo.

Num desses lances, e perante a demora bracarense em reagir à segunda bola, Matheus Silva (ex-Moreirense) devolveu a liderança da eliminatória aos homens da casa. Os portugueses tinham escalado a montanha, mas colocaram-se a si mesmos mais um cume para atingir e com prazo limitado: 15 minutos.

Um quarto de hora em que o SC Braga voltou a estar dentro, para acabar novamente fora. Uma grande penalidade deu a Simon Banza a oportunidade de fazer o 1-3, aos 115', mas o balde de água fria ficou reservado para o final: em mais um erro inadmissível a este nível, a equipa bracarense adormeceu na parada e o Qarabag apanhou toda a gente de surpresa com um livre batido de forma rápida. Isolado, Akhundzade resolveu tudo aos 120+2'.

Baku esteve perto de ganhar espaço na história do futebol português, mas o pássaro fugiu da mão dos arsenalistas. O futebol europeu terminou para o SC Braga em 2023/24.

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