Netanyahu diz que "batalha de Rafah" é "decisiva"

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17 mai, 2024 - 00:33 • Lusa

Na quarta-feira, num tom semelhante, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, avisou que Israel vai expandir a ofensiva militar a Rafah com "forças adicionais" para debilitar o Hamas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou esta quinta-feira que a ofensiva terrestre lançada em Rafah há dez dias "é decisiva" e determinará a guerra, após cinco soldados terem sido mortos por fogo israelita no norte da Faixa de Gaza.

"A batalha de Rafah é decisiva. Não visa apenas o que resta dos seus batalhões (do movimento islamita palestiniano Hamas), mas também as suas rotas de fuga e linhas de abastecimento. Esta batalha, da qual sois parte integrante, vai decidir muitas coisas nesta campanha", declarou Netanyahu, citado num comunicado do seu gabinete, dirigindo-se a soldados a combater em Rafah, após um voo de reconhecimento aéreo sobre a cidade, no extremo sul de Gaza.

As declarações do líder israelita surgem no mesmo dia em que o Exército confirmou que cinco soldados morreram e sete ficaram feridos no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, depois de um tanque israelita ter disparado contra o edifício em que se encontravam -- o que eleva para 278 o número de soldados israelitas mortos desde o início da ofensiva terrestre à Faixa de Gaza, em outubro do ano passado, segundo dados militares.

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"Estamos aqui num dia difícil, um dia em que tomámos conhecimento da morte de cinco dos nossos combatentes. Isso não enfraquecerá o nosso espírito de luta", afirmou Netanyahu, sem aludir ao facto de terem sido mortos por "fogo amigo" durante a ofensiva terrestre a Rafah, iniciada a 06 de maio, e recordando-lhes que são a "geração da vitória".

Na quarta-feira, num tom semelhante, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, avisou que Israel vai expandir a ofensiva militar a Rafah com "forças adicionais" para debilitar o Hamas e impedir que se reabasteça, pelo que é possível que nos próximos dias o Exército alastre as áreas de evacuação forçada em Rafah, de onde já fugiram cerca de 500 mil palestinianos, segundo a ONU.

Israel declarou a 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando mais de 1.170 pessoas, na maioria civis.

A guerra, que hoje entrou no 223.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 35.272 mortos, mais de 79.000 feridos e cerca de 10.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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