Netanyahu não foi consultado sobre ataque em Gaza que matou filhos do líder do Hamas

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De acordo com a imprensa israelita, o ataque matou Amir, Mohammad e Hazem Haniyieh, não por serem filhos do líder do Hamas mas por terem sido catalogados como militantes do grupo terrorista. O exército israelita recusou-se a comentar os acontecimentos e o gabinete do primeiro-ministro Netanyahu também não prestou esclarecimentos.

As mortes destes três membros do Hamas voltam a trazer incerteza para o processo negocial para um cessar-fogo e libertação de todos os reféns israelitas, que muitos ainda acreditam estar vivos no enclave de Gaza.

Em declarações à Reuters, um familiar de uns dos reféns explicou que espera não haver problemas nas negociações após este ataque.

“Só posso ter esperança de que [o ataque] não vai afetar a negociação. Espero que não faça o Hamas impor condições ainda mais restritas neste acordo”, declarou Ofri Levy Bibas, cujo irmão, mulher e filhos foram raptados durante o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, no sul de Israel.

Os meios de comunicação em Israel dividem-se nas avaliações feitas ao ataque, com os mais conservadores a acreditarem que o mesmo foi realizado dentro de todos os procedimentos, apesar de reconhecerem que os superiores hierárquicos no governo deviam ter sido consultados.

O Haaretz, meio de comunicação que tem sido abertamente crítico de Netanyahu, acredita que as ações israelitas da última semana em Damasco não são mais que uma tentativa israelita de frustrar as ambições de alcançar um acordo de cessar-fogo e que de fazer os restantes reféns regressarem a casa.

O ataque à embaixada iraniana na Síria aconteceu quase em simultâneo com o ataque israelita a uma carrinha da World Central Kitchen, que levou à morte de sete trabalhadores humanitários. Dois responsáveis militares do exército de Israel acabaram por ser dispensados, após grande pressão internacional.

Já o Hamas mantém que não vai mudar condições para alcançar um acordo com Israel. “O inimigo é louco se pensa que fazer dos meus filhos alvos, no clímax das negociações e antes de o grupo terminar a sua resposta, vai fazer com que o Hamas mude de posição”, declarou Ismail Haniyeh na última quarta-feira.

Apesar de ainda não haver um acordo, a pressão da comunidade internacional continua a crescer, com os próprios Estados Unidos a mostrarem-se críticos de algumas das ações de Israel nas últimas semanas. O Hamas pede o fim da guerra e que as forças israelitas se retirem de Gaza para dar permissão a que os reféns regressem a casa.

Já Israel mantém a vontade em continuar a guerra para terminar com o Hamas enquanto força militar e trazer os reféns de regresso ao país. O ataque planeado a Rafah mantém-se, apesar dos muitos pedidos internacionais para que Israel não siga com o plano.

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