Netanyahu rejeita proposta de Hamas para cessar-fogo em Gaza

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No final de um encontro diplomático com o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, que está de viagem no Médio Oriente, Netanyahu prometeu prosseguir com a guerra de Israel contra o grupo islamita Hamas até alcançar a “vitória absoluta”.

“Render-se às exigências delirantes do Hamas que ouvimos agora não só não levará à libertação dos reféns, mas ainda provocará outro massacre”, disse Netanyahu numa conferência de imprensa.

“Estamos a caminho de uma vitória absoluta”
, disse o primeiro-ministro israelita, que acrescentou acreditar que a operação militar deverá durar apenas mais alguns meses. "Só uma vitória total nos permitirá restaurar a segurança em Israel, tanto no norte como no sul”.

O chefe do Governo israelita voltou, assim, a descartar qualquer acordo que deixe o Hamas com o controlo total ou parcial de Gaza e assegurou que o país é a “única potência” capaz de garantir a segurança na região a longo prazo. Já Blinken reconheceu, na mesma conferência, que ainda há “muito trabalho” para ultrapassar as divergências entre Israel e o Hamas nos termos de qualquer acordo, mostrando-se, contudo, confiante numa nova libertação de reféns.

"O dia seguinte ao Hamas será o dia em que todo o Hamas estiver destruído", afirmou, vincando uma vez mais que ceder às exigências do Hamas, repetiu ainda, não levaria à libertação dos reféns mas sim a que houvesse novos massacres.

O primeiro-ministro israelita anunciou esta decisão um dia depois de o Hamas ter dito que tinha apresentado uma proposta de acordo de cessar-fogo para Gaza, que incluiria a libertação dos reféns raptados em outubro e a retirada total das tropas israelitas da Faixa de Gaza.

Apesar de esta proposta abrir caminho à libertação de reféns também contraria um dos objetivos de guerra declarados por Israel: continuar a lutar até erradicar o grupo islamita.

Estes desenvolvimentos ocorrem numa altura em que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, lidera uma viagem ao Médio Oriente para tentar garantir uma trégua na guerra entre Israel e o Hamas. O chefe da diplomacia norte-americana e o primeiro-ministro israelita discutiram, num encontro esta quarta-feira, a proposta do Hamas antes de Netanyahu anunciar a rejeição desta.

Blinken afirmou que estão a ser discutidas medidas adicionais com Israel para entregar ajuda à Faixa de Gaza e que continua a acreditar num acordo para libertação de reféns.

“Todos temos a obrigação de fazer todo o possível para levar a ajuda necessária a todos aqueles que dela precisam desesperadamente”, disse Blinken depois de falar com o primeiro-ministro israelita.

Sobre um futuro novo acordo para libertação de reféns retidos em Gaza, o secretário de Estado norte-americano mostrou-se otimista, mas reconheceu que ainda “há muito trabalho por fazer”.

“Estamos muito focados nesse trabalho para, esperamos, poder retomar a libertação dos reféns que foi interrompida”, confessou, lembrando que cerca de uma centena de reféns foram já libertados durante uma semana de tréguas, no final de novembro.

Blinken assegurou que Washington está focado em avançar para um acordo que permita “a retoma da libertação de reféns que foi interrompida há meses”, reconhecendo estar a analisar uma iniciativa proposta pelo Hamas que inclui um roteiro com três fases.

O chefe da diplomacia norte-americana já reiterou o apoio dos EUA a Israel e a necessidade de trabalhar para que ataques como os de 7 de outubro “nunca se repitam”, mas ao mesmo tempo também sublinhou a importância de adotar todas as medidas possíveis para proteger os civis em Gaza.

C/agências

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