Para a atual vice-presidente e ex-procuradora geral e senadora da Califórnia, “temos a oportunidade de virar finalmente a página de uma década de projetos políticos movidos pelo medo e pela divisão”.
Em Filadélfia, berço da democracia norte-americana, e num cenário escolhido cuidadosamente, junto a uma grande escadaria que ficou imortalizada no filme Rocky, a candidata democrata recordou que “gerações antes de nós lideraram a luta pela liberdade, e agora o bastão está nas nossas mãos”.
“Precisamos de começar a trabalhar e fazer com que as pessoas votem”, apelou.
No discurso final da sua curta campanha de 107 dias, Kamala Harris realçou que nestas eleições, "temos a oportunidade de virarmos finalmente a página de uma década de políticas alimentadas por medos e divisões. Estamos fartos disso. Estamos fartos! Estamos exaustos com isso", sublinhou.
"Não vamos voltar atrás. Não vamos voltar atrás", garantiu com os apoiantes a apoiá-la nas palavras. "Não vamos retroceder porque a América está pronta para um recomeço, estamos prontos para um presidente que sabe que o verdadeiro peso do líder, não se mede por quem derrotamos. Baseia-se quem conseguimos elevar".Harris ofereceu novamente aos eleitores a promessa de um país mais gentil e compassivo. A "lista de inimigos" de Trump, insistiu, está prestes a ser suplantada por sua "lista de afazeres".
Kamala enumerou de seguida a lista algumas das coisas que promete fazer depois de ser eleita, incluindo proibir a prática de preços abusivos por empresas em alimentos, cortar impostos para trabalhadores e famílias de classe média e diminuir o custo dos cuidados de saúde, acrescentando: "o acesso aos cuidados de saúde deve ser um direito e não apenas um privilégio daqueles que podem pagar".
A candidata democrata, que ainda é vice-presidente dos EUA, vai passar esta terça-feira na Casa Branca em Washington Kamala Harris voltou ainda a pegar num dos seus cavalos de batalha ao mencionar o direito das mulheres de decidir sobre os seus próprios corpos e a determinação em sancionar leis que protejam a liberdade reprodutiva das mulheres.
“A América está pronta para um novo começo”, afirmou Harris. “Pronta para um novo caminho a seguir, onde vemos nosso compatriota americano, não como um inimigo, mas como um vizinho.”
Kamala garantiu ainda que o seu partido está “otimista e entusiasmado por aquilo que podemos fazer. É tempo para uma nova geração de liderança nos Estados Unidos e eu estou pronta para vos oferecer essa liderança como próxima presidente dos Estados Unidos da América”.
A candidata democrata espera que estas eleições signifiquem um virar de página em relação à política do medo e da divisão. "Esta noite, pergunto-vos uma última vez: estão prontos para fazerem ouvir as vossas vozes? Acreditamos na liberdade? Acreditamos nas oportunidades? Acreditamos no sonho da América? Estamos a postos para lutar por isso? E quando lutamos, ganhamos. Que Deus vos abençoe e os Estados Unidos da América", afirmou a candidata democrata na reta final do último comício.
O último comício de Kamala Harris contou com uma série de celebridades, como Lady Gaga e Oprah Winfrey, entre outros.
“Deus salvou-me para salvar a América”Donald Trump prometeu em Grand Rapids, no Estado do Michigan, um dos sete decisivos para estas eleições, que quer “conduzir a América e o Mundo a novos patamares”, realçando que estava numa ótima “posição” para regressar à Casa Branca.
"Muita gente diz que Deus salvou-me para eu salvar a América. Há muita gente a dizer isso. E com a vossa ajuda cumpriremos essa missão extraordinária. Juntos iremos cumpri-la e vamos salvar o nosso país. Houve muita gente a dizer isso", afirmou Trump numa referência às tentativas de assassinato de que foi alvo ao longo desta campanha.
Trump voltou a encerrar a campanha no Michigan, como aconteceu em 2016 e 2020. O candidato republicano vai passar o dia das eleições na Flórida, onde irá votar, apesar de ter dito de início que iria optar pelo voto antecipado."A todos os cidadãos do nosso país, peço a honra do vosso voto. Não quero o vosso dinheiro, não quero nada. Só quero o vosso voto. Estamos na reta final".
O último comício de Donald Trump ficou marcado pela ausência de Ivanka Trump, a filha que foi sua conselheira na Casa Branca durante o primeiro mandato, e de mulher Melania Trump. Os restantes filhos, noras e genros estiveram ao lado do candidato republicano.
No último comício, ao qual chegou cerca de duas horas atrasado, Donal Trump não poupou nas críticas à presidência de Barack Obama. "É um movimento inédito e vai ser um movimento que vai salvar o nosso país. Vai ser um movimento que nos vai salvar. Mas é triste, porque nunca teremos isto. Mas teremos outras reuniões, com tudo o que temos feito ao longo de todos estes anos de trabalho”, começou por esclarecer.
Para de seguida atacar o seu antecessor na Casa Branca, “começámos com uma situação muito má há quatro anos. Foi angustiante ter de esperar quatro anos. E se não estive muito bem, farei agora muito melhor que na primeira vez. Não faria isto se tivesse menos votos. Tivemos quase mais de 12 milhões de votos. E o Obama, o Barack Hussein Obama, não conseguiu isso. Teve muito menos votos que qualquer outro candidato da segunda vez. E ele ganhou”.
No seu discurso no último comício, Donald Trump voltou também a atacar o atual presidente, Joe Biden, a ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosy, e o principal investigador do primeiro impeachment, Adam Schiff.
“Joe Biden, em um de seus momentos de loucura, disse que éramos todos lixo”, comentou Trump, acrescentando “Eles roubaram a eleição de um presidente”, numa aparente referência à desistência de Biden da campanha para ser substituído por Harris.
Donald Trump frisou ainda que o país está em perigo e que estas eleições vão salvar o país.
"Temos a bola na mão. Estamos na linha dos dois metros, talvez menos de um metro, mas está nas nossas mãos e se marcarmos será o maior evento da história do nosso país. E deixem-me dizer que vai ser muito mais importante, vai salvar o nosso país. Porque o país está em perigo. Outra coisa que devem saber é que Kamala partiu e eu vou arranjar, e depressa", prometeu.
A candidata republicana foi ainda acusada de ter um QI baixo e de ser mentirosa.
“Kamala é uma pessoa de QI muito baixo e não precisamos de um indivíduo de QI muito baixo. Temos isso há quatro anos e nosso país está a ir pelo ralo”, acusou Trump.
"Se você votar na mentirosa Kamala, terá mais quatro anos de miséria, fracasso e desastre dos quais nosso país pode nunca se recuperar", acrescentou.