Notas do Benfica-Estoril: Schmidt sem maioria 'salvo' pela prata da casa

6 meses atrás 63

Foi em três atos que se escreveu o regresso do Benfica às vitórias. Numa noite de domingo marcada pela revisitação do que foram os resultados das eleições legislativas em Portugal, Roger Schmidt, que viria a ser protagonista pela negativa, decidiu revolucionar o se onze inicial e recolheu uma vitória, por 3-1, na receção ao Estoril, em jogo da 25.ª ronda da I Liga.

A precisar de vencer, fruto das exibições menos conseguidas nos três últimos jogos, o técnico alemão decidiu deixar intocáveis como João Neves, Rafa Silva ou Di María no banco de suplentes e chamar à titularidade Marcos Leonardo, Tiago Gouveia e João Mário. Uma revolução que frutos e um pequeno balão de oxigénio em véspera de decisão europeia.

Mas tem tudo foi fácil para o Benfica e, sobretudo, para Roger Schmidt. As águias marcaram primeiro por Kökçu, um dos melhores jogadores do jogo, mas permitiram o empate pouco antes da meia-hora. A passividade demonstrada pela turma da casa deixou impacientes os adeptos encarnados que voltaram a contestar Roger Schmidt, mas desta feita com maior vigor.

Em cima dos 38 minutos, o árbitro Manuel Oliveira foi obrigado a interromper o encontro por conta das tochas atiradas para o relvado. Durante esse período, registou-se uma tarja de contestação a Roger Schmidt, onde era pedida a saída do alemão. Foram poucos minutos, mas deu para perceber que o germânico já não reúne a preferência de alguns dos adeptos. Ainda assim, a maioria dos apoiantes 'abafou' o comportamento das claques com assobios.

A partida foi retomada e um golo de Marcos Leonardo mesmo a fechar a primeira parte, permitiu à equipa serenar. O Benfica recuperou a vantagem e reconquistou o apoio dos adeptos mesmo antes do intervalo e galvanizou-se com uma entrada de rompante na etapa complementar. Servido por Kökçü, Tiago Gouveia, que também esteve em destaque no jogo, colocou em prática a lei do ex e sentenciou as contas na Luz. Estava restabelecida a paz com os adeptos antes da importante decisão europeia.

Revolução, contestação e paz. Foi desta forma que se escreveu o regresso dos Benfica às vitórias. Roger Schmidt conseguiu o que queria: manter a distância curta para o Sporting, que tinha vencido o Arouca, e poupar jogadores para o jogo em Glasgow com o Rangers.

Mas vamos às notas desta partida:

Figura

Quando é colocado a jogar no sítio certo, Kökçü apresenta rendimento, e foi isso que o turco fez diante do Estoril. O internacional turco abriu a contagem com um disparo indefensável, e esteve ligado à jogada que deu origem ao golo de Tiago Gouveia.

Surpresa

Tiago Gouveia aproveitou da melhor maneira a oportunidade que lhe foi dada por Roger Schmidt. Fez uma assistência para o segundo golo e marcou ele próprio o terceiro. Foi um dos elementos com maior clarividência no ataque das águias e mostrou a sua qualidade.

Desilusão

A elementos experientes como Mangala exige-se grandes níveis de tranquilidade, mas o ex-FC Porto esteve muito longe disso. Foi a cara de alguns erros defensivos dos estorilistas e prova disso foi que a sua imprudência poderia ter dado origem a uma grande penalidade.

Treinadores

Roger Schmidt

Podíamos estar aqui a escrever que as muitas mudanças promovidas na equipa inicial podiam ter corrido mal e descaracterizado uma equipa que tem estado afastado das boas exibições nos últimos jogos. Contudo, a aposta do alemão foi ganhadora. Poupou jogadores para a decisão europeia em Glasgow e conseguiu recolocar o Benfica no caminho de exibições positivas. Ainda assim, há a destacar o quase desligamento das águias depois do golo do empate do Estoril, que coincidiu com o período de contestação ao germânico.

Vasco Seabra

Depois de uma primeira parte equilibrada e que contou com um golo, o Estoril mostrou que não estava à altura do Benfica. É verdade que Trubin teve um par de boas defesas, mas os canarinhos pouco fizeram para incomodar o adversário na etapa complementar.

Arbitragem

Manuel Oliveira até estava a ter uma exibição bem conseguida na Luz, mas decidiu 'borrar' a pintura com uma decisão polémica ao minuto 65. Depois de alertado pelo VAR, o árbitro portuense foi analisar uma possível falta de Mangala sobre Marcos Leonardo dentro da área. O juiz acabou por explicar a todo o estádio que "não houve infração" do francês, mas a decisão é, no mínimo, discutível e não convenceu ninguém nas bancadas.

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