Notas do Benfica-Sp. Braga: 'Guerra civil' acaba com armistício dos golos

2 semanas atrás 30

Será difícil sarar as feridas abertas entre Roger Schmidt e os adeptos do Benfica, nomeadamente os mais 'radicais', dos claques organizadas. O treinador disse que não perdoaria os adeptos que lhe atiraram uma garrafa, em Faro, e viu nova insatisfação a vir das bancadas na Luz. 

Tarjas dirigidas ao presidente, tochas arremessadas para o relvado, cânticos insultuosos contra o treinador, adeptos contra adeptos. A primeira parte, para quem esteve no Estádio da Luz, foi digna de uma 'guerra civil', tão frequente no futebol quando os resultados não são os melhores.

Porém, uma das características que embelezam este desporto é o facto de 'tudo ficar bem, quando acaba bem'. E, após a reviravolta do Benfica sobre o Sp. Braga, neste sábado, não houve um único assobio. Guardaram-se os lenços brancos. 

O Sp. Braga entrou melhor na partida, mais relaxado, e marcou o primeiro golo do jogo aos 28' minutos, por intermédio de Ricardo Horta. Recebeu um cruzamento atrasado de Álvaro Djaló e finalizou forte. Aconteceram pouco depois os referidos incidentes, que obrigaram a interromper o jogo.

Na segunda parte, já depois da entrada de Álvaro Carreras, Orkun Kokçu e Marcos Leonardo, o Benfica chegou ao empate. Foi até o brasileiro, que agora é o jogador com mais golos na Liga como suplente, que iniciou o caminho para a reviravolta. 

O ex-jogador do Santos empatou na sequência de um livre indireto, aos 71 minutos, um depois de ter entrado. Aos 84 minutos, David Neres fez o golo da reviravolta após um cruzamento tenso de Di María ao segundo poste. Já depois dos noventa, nos descontos, foi a vez de Marcos Leonardo bisar numa jogada de insistência. 

Figura

Marcos Leonardo entrou a meio da segunda parte, juntamente com Orkun Kokçu, quando o Benfica estava ainda a perder. O jovem brasileiro entrou ao minuto 70 e... passado um minuto, marcou. Tocou poucas vezes na bola, mas foi decisivo. 

Surpresa

Álvaro Carreras entrou aos 52 minutos para dar largura ao lado esquerdo do Benfica, que estava 'preso' com Aursnes. O noruguês passou para a direita e o espanhol deu mais profundidade e largura, confirmando a última boa exibição em Faro. A pedir a titularidade. 

Desilusão

Victor Gomez, ala direito do Sp. Braga não teve o melhor dos jogos, tanto a nível defensivo como ofensivo. Ainda para mais, acabou expulso por cartão vermelho direto com uma entrada imprudente sobre Ángel Di María.

Treinadores

Roger Schmidt: Depois de ter mexido mais do que o normal contra o Farense, o alemão voltou a apostar em vários jogadores que têm composto a sua 'equipa' base. A equipa de Schmidt teve uma primeira parte sofrível, em parte devido aos acontecimentos extra-campo. Na segunda, foi pro-ativo nas substituições e acabou recompensado.

Rui Duarte: O treinador 'interino' do Sp. Braga fez alinhar uma equipa praticamente na máxima força, deixando no entanto José Fonte, um elemento experiente, no banco. Arriscou com Cher Ndour a médio-defensivo e essa aposta parecia ter sido ganha na primeira parte. No entanto, o comportamento 'paciente' pedido aos seus jogadores pareceu ter sido contraproducente na segunda parte. O Sp. Braga perdeu tempo desde o início do jogo e acabou a perder.

Árbitro

João Pinheiro podia ter dado alguma admoestação mais pesada a Nicolás Otamendi, defesa-central do Benfica, por ter dado uma cotovelada na face de Zalazar. Um cartão amarelo teria ficado bem. Na jogada do cartão vermelho dado a Victor Gomez, aceita-se o cartão vermelho direto, se bem que a intensidade do pisão dado sobre a Di María é sempre algo interpretativa.

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