O presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto, manifestou-se hoje satisfeito com a decisão de o novo aeroporto vir a ser construído na região, considerando benéfico para a sua população.
"Fico satisfeito porque, embora não estando no território de Alcochete, mas tendo em conta a proximidade da vila de Alcochete ao epicentro de todas as decisões, entendo que os danos colaterais desse investimento são positivos para a minha terra e para a minha gente", disse, em declarações à agência Lusa.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou hoje que o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, com a denominação Aeroporto Luís de Camões, com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado.
O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica maioritariamente localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), tendo ainda uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal).
O executivo decidiu também hoje mandatar a Infraestruturas de Portugal para concluir os estudos para a construção da Terceira Travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade Lisboa-Madrid.
Fernando Pinto destacou como positivo para a zona a necessidade que um novo aeroporto vai acarretar de melhoria das acessibilidades, quer através de uma nova travessia sobre o Tejo com ferrovia, quer pela extensão do metro de superfície.
Outro dos aspetos positivos, indicou o autarca, é a criação de emprego direto e indireto.
O autarca alertou, contudo, haver pressupostos que sempre defendeu como inegociáveis: o cumprimento da carta ambiental e a questão da segurança de pessoas e bens.
"Julgo que estão garantidas as questões de segurança de pessoas e bens e, quanto às questões ambientais, o Estudo de impacto Ambiental que existia não eliminava o campo de tiro como solução", disse.
O autarca sublinhou que o seu concelho, no distrito de Setúbal, ocupa uma posição estratégica até do ponto de vista logístico, estando bem posicionado em relação aos territórios a norte e a sul.
"Registo com agrado e satisfação que ao fim de 50 anos de avanços e recuos estejamos em condições de tomar uma decisão sobre este investimento fundamental para o país, particularmente para a região onde estamos inseridos", disse.
A Comissão Técnica Independente (CTI) designada para avaliar as opções da nova infraestrutura publicou no dia 11 de março o relatório final da Avaliação Ambiental Estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete ou Vendas Novas, mas apontou que Humberto Delgado + Santarém poderia "ser uma solução" transitória.
O PSD decidiu entretanto constituir um grupo de trabalho interno para analisar a localização do novo aeroporto de Lisboa, depois de ter acordado com o PS a constituição de uma CTI para fazer a avaliação ambiental estratégica.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, garantiu, antes de ser eleito primeiro-ministro, que a decisão seria tomada "nos primeiros dias" de Governo.