O primeiro-ministro Feleti Teo e os seus sete ministros tomaram hoje posse na sequência de eleições gerais realizadas no mês passado na nação estrategicamente importante de 11.500 habitantes.
As questões da campanha eleitoral incluíram saber se a antiga colónia britânica deveria mudar a sua lealdade diplomática de Taiwan para Pequim. Alguns candidatos propuseram a supressão de um tratado, ainda não ratificado, que daria à Austrália poder de veto sobre qualquer acordo relacionado com a segurança ou a defesa que Tuvalu pretendesse celebrar com qualquer outro país, incluindo a China.
A nova administração divulgou uma Declaração de Prioridades em que se compromete a manter as relações diplomáticas com Taiwan que existem desde que Tuvalu se tornou independente em 1978.
Tuvalu "tenciona avaliar as opções que a reforcem e a elevem a uma relação mais duradoura, duradoura e mutuamente benéfica", referiu a declaração.
Em Pequim, na segunda-feira, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, instou Tuvalu a mudar o reconhecimento diplomático para a China.
"Apelamos a um punhado de países que ainda mantêm a chamada relação com a região de Taiwan para que se coloquem do lado certo da história e tomem a decisão correta que sirva verdadeiramente os seus interesses a longo prazo", afirmou.
A questão da China foi agravada no mês passado quando Nauru, outra nação insular do Pacífico, cortou relações com Taiwan.
Tuvalu é um dos únicos 12 países que mantêm relações diplomáticas oficiais com Taiwan, uma democracia autónoma que a China reivindica como seu próprio território.
O novo governo de Tuvalu declarou que apoia os "princípios e objetivos gerais" do pacto de segurança bilateral com a Austrália, anunciado em novembro passado.
Mas reconheceu uma "ausência de transparência e de consultas" por detrás do tratado e afirmou que pretende renegociar o acordo com o objetivo de "salvaguardar a integridade da soberania de Tuvalu".
Os atóis de baixa altitude de Tuvalu tornam-na particularmente vulnerável ao aquecimento global. No tratado, a Austrália ofereceu aos tuvaluanos uma tábua de salvação para ajudar os residentes a escapar à subida do mar e ao aumento das tempestades provocadas pelas alterações climáticas. Inicialmente, a Austrália permitiria que até 280 tuvaluanos viessem para a Austrália todos os anos.
O tratado também obriga a Austrália a ajudar Tuvalu em caso de grandes catástrofes naturais, pandemias e agressões militares.
Em troca, a Austrália obteria o controverso poder de veto, que é visto como uma tentativa de impedir uma presença militar chinesa em Tuvalu.
Os Estados Unidos e a Austrália, o seu influente aliado na região, têm vindo a construir rapidamente pontes com as nações insulares do Pacífico em resposta à assinatura pela China de um pacto de segurança com as Ilhas Salomão em 2022, que aumentou as perspectivas de estabelecimento de uma base naval chinesa no Pacífico Sul.
JPI // APN
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