Novo míssil intercontinental da Rússia com "falhanço catastrófico" em teste

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Rússia

23 set, 2024 - 18:17 • Diogo Camilo e Reuters

Imagens de satélite mostram uma cratera de 60 metros no local de lançamento do míssil russo. O RS-28 Sarmat é visto como o mais rápido, indetetável e com maior capacidade de transporte de ogivas nucleares, mas a sua estreia tem sido adiada desde 2018.

A Rússia terá sofrido um “falhanço catastrófico” no teste do seu míssil balístico intercontinental Sarmat. A conclusão é de especialistas à agência Reuters, que analisaram imagens de satélite do local do lançamento, o Cosmódromo Plesetsk, a 800 quilómetros de Moscovo.

As imagens capturadas pela Maxar Tecnologies a 21 de setembro mostram uma cratera com cerca de 60 metros junto ao local de lançamento do míssil, que não era visível em fotografias tiradas no mesmo sítio no início deste mês.

O míssil balístico intercontinental RS-28 Sarmat era visto como o “mais rápido, indetetável e com maior capacidade de transporte de ogivas nucleares”, sendo capaz de percorrer vários milhares de quilómetros e atingir os EUA ou a Europa, mas o seu desenvolvimento tem sido marcado por adiamentos e contratempos nos testes.

“Ao que tudo indica foi um teste falhado. É uma grande cratera”, explica à Reuters Pavel Podvig, investigador do Instituto das Nações Unidas para Pesquisa sobre Desarmamento, enquanto outros especialistas revelam que a destruição da área aponta para que a falha tenha acontecido logo após a ignição.

“Uma das causas possíveis é de que, na primeira fase, tenha falhado a combustão ou tenha acontecido uma falha mecânica catastrófica, o que fez com que a queda do míssil se tenha dado perto do local de lançamento, causando uma explosão”, indica Timothy Wright, investigador associado do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), de Londres

James Acton, especialista nuclear do Carnegie Endowment for International Peace, publicou nas redes sociais imagens do antes e depois que apontam para uma “grande explosão”.

Estes não são os primeiro problemas em testes do Sarmat, conhecido no Ocidente como “Satanás 2” e que tem um alcance de 18 mil quilómetros, com um peso de lançamento de mais de 208 toneladas, podendo transportar até 16 ogivas nucleares com alvos independentes.

A Rússia contava que o míssil estaria pronto em 2018, substituindo o SS-18 soviético, mas a data para o seu lançamento tem sido sucessivamente adiada.

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