“O jornalismo vive um dos momentos mais críticos da sua história, como vimos pela greve que não acontecia há 40 anos”, disse esta quarta-feira Carla Martins, membro do conselho de administração da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
O conselho regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) encontra-se a definir o plano estratégico para o mandato de cinco anos e “em breve” colocá-lo-á em consulta pública, revelou esta quarta-feira a administração do supervisor dos media.
Carla Martins, em representação da ERC, saudou o lançamento de novos canais ou meios de comunicação social “que criam postos de trabalho e aumentam a pluralidade” – referindo-se ao NewsNow da Medialivre – e apelou à alteração da Lei da Imprensa, cuja mais recente atualização foi em 1999.
“Reconhecemos o papel desempenhado pelos meios de comunicação social espalhados pelo país e expressamos preocupação face à expansão dos designados desertos de notícias. (…) O jornalismo vive um dos momentos mais críticos da sua história, como vimos pela greve que não acontecia há 40 anos”, afirmou a porta-voz da ERC, no 33º congresso da APDC -Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, que decorre em Lisboa.
Carla Martins fez ainda um ponto de situação aos órgãos registados na ERC e sob sua regulação direta – mais de 2.200 – e enumerou uma série de características do mercado atualmente: quadro complexo de dificuldades, problema de financiamento, falência dos modelos de negócio tradicionais e efeito “profundo” da evolução tecnológica nos media. Logo, “o Estado tem um papel crucial”, defendeu.
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