Nuno Borges: «Acho que podemos fazer umas coisas engraçadas»

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Apesar de ter estado em situação delicada, ao perder o primeiro set de forma esclarecedora, a dupla portuguesa Nuno Borges e Francisco Cabral superou o duo grego composto por Petros e Stefanos Tsitsipas e, após o encontro, fez uma análise longa sobre o sucedido e apontou a objetivos neste torneio olímpico.

Depois das derrotas em singulares e, sobretudo, depois de perder o primeiro set. Acabaram por sair com uma vitória merecida?

Nuno Borges: Acho que merecíamos, sem dúvida, sair daqui com uma vitória hoje. Se bem que nos singulares não correu bem. Sim, um início do primeiro set ali um bocadinho a desejar. Mesmo assim eu acho que eles não voltaram a conseguir atingir esse nível até ao final do encontro. E fomos nós subindo no encontro. Senti que fomos superiores, apesar do 12-10. Foi muito perto mesmo, mas achei que nós estivemos melhor. Só um ponto aqui ou ali que podemos só corrigir, mas, de resto, muito contente pela vitória hoje. Hoje não foi um grande dia de ténis, mas contente por ter conseguido sacar aqui uma vitória para Portugal.

Qual foi o segredo para quebrar a confiança dos gregos e para virar o jogo?

Francisco Cabral: Eu acho que eles entraram um bocadinho acima do nível normal deles nos pares, apesar do Stefanos ser um confirmadíssimo jogador do top dez. Sabemos da qualidade dele, mas acho que, principalmente, o irmão estava a servir mesmo muito bem, colocar perto dos 100% nos primeiros serviços e nós acho que foi continuar a acreditar naquilo que tínhamos definido pré-jogo, que era continuar a tentar ser agressivos na resposta, procurar definir bem a resposta, ter um bom impacto na raquete, porque isso a longo prazo ia acaba por nos dar oportunidades. Foi o que aconteceu no segundo set e no super tie-break. Acho que fomos claramente a melhor equipa.

Vários match-points, uma dupla falta ali pelo meio. Dá para pensar nalguma coisa naquele momento?

Nuno Borges: Pensei em imensa coisa. Era complicado. Quer dizer, não era muito complicado na minha cabeça, mas eu compliquei um bocadinho e quis fazer, se calhar, um bocadinho demasiado. E não tive em conta a pressão que também estava do outro lado, porque senti que assim que passava o testemunho, por outro lado, também tudo podia acontecer. De qualquer das maneiras, senti que depois mantivemo-nos bem no jogo. Soubemos voltar ao momento e acabar por cima, que era merecido.

O que é que é possível fazer neste torneio olímpico?

Francisco Cabral: Acho que os pares são um bocadinho diferentes dos singulares. Nos pares há um bocadinho mais de aleatoriedade. Acho que qualquer dupla pode ganhar a qualquer dupla. Nós claramente não somos os favoritos a ganhar nada, mas acreditamos nas nossas capacidades. Acho que nos está a faltar uma vitória destas, porque as últimas vezes tínhamos jogado juntos perdemos sempre muito perto, sempre nos detalhes. E acho que esta vitória, se conseguirmos capitalizá-la e fazer um bom jogo na próxima ronda, vamos ter as nossas hipóteses outra vez.

O facto de ser uma estreia nesta competição, qual é a diferença com as outras provas?

Nuno Borges: É muito importante para nós. Sinceramente, não a vejo muito diferente de outros grandes torneios. E claro que a pressão, essa, é muito grande. É um torneio que não temos todos os dias, nem todos os anos. É, portanto, uma pressão, se calhar, um bocadinho extra, de querer fazer bem aqui e estar a jogar o nosso melhor. Mas é impossível controlar isso. A verdade é que já jogamos muitas vezes juntos, mas ultimamente não temos jogado tanto. Temos andado um bocadinho à procura disso, à procura dessa confiança. E é como o Francisco disse, nós confiantes, acho que podemos fazer umas coisas engraçadas e acho que estamos sempre em jogo mesmo contra as melhores duplas do mundo.

Este corte 13 traz boas memórias? Venceu o Isner nesse corte.

Nuno Borges: Acho que infelizmente não tenho esse tipo de poder (ndr: jogar no 13). Traz boas e más memórias de hoje de manhã também. Portanto, os campos, eu tento não me agarrar muito a isso, mas é verdade que pronto, confirma que foi o corte 13. Por acaso pensei nisso, que se calhar esse jogo com o Isner foi no 13, mas não tinha a certeza. Pronto, ficou agora clarificado. É um campo com boas e más memórias.

Tinha falado das condições de jogo que não estavam propriamente do seu agrado?

Nuno Borges: O campo é exactamente o mesmo. Ele não fica bom, nem mau do dia para a noite. Quer dizer, às vezes pode piorar um bocadinho. Mas sim, acho que soube melhor adaptar agora. Não houve tantas trocas. Mesmo assim, cometi alguns erros que gostaria de corrigir no futuro, no fundo do campo. Mas isso, não sei qual será o nosso dia, mas vou tentar calibrar um bocadinho as pancadas e voltar ao ataque. 

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