Nuno Piteira Lopes é o candidato do PSD à Câmara de Cascais

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Notícia Renascença

18 set, 2024 - 20:21 • Manuela Pires

Carlos Carreiras revela à Renascença que o atual vice-presidente da autarquia é o melhor candidato para continuar o trabalho em Cascais.

Carlos Carreiras revela que Nuno Piteira Lopes vai ser o candidato do PSD à Câmara de Cascais. A decisão foi tomada pela concelhia do partido, vai ter de ser aprovada pela direção de Luís Montenegro, mas o atual autarca tem a certeza de que Nuno Piteira Lopes vai ser o melhor candidato à autarquia nas eleições do próximo ano.

Em entrevista à Renascença, o atual autarca de Cascais, que está a atingir o limite dos três mandatos consecutivos, acredita que o Partido Socialista vai viabilizar o Orçamento do Estado para 2025. Os dois pontos que dividem o Governo e o PS - IRS Jovem e IRC - vão acabar por ser ultrapassados e o braço de ferro faz parte de uma negociação, sublinha.

Carlos Carreiras avisa ainda que sem Orçamento a vida das autarquias fica muito complicada, ainda por cima em ano de eleições autárquicas. Considera que gerir o país em duodécimos ou com Orçamento retificativo não é uma solução viável.

Nove anos depois, o PSD é de novo um partido de Governo e está a atravessar nesta altura a fase mais complicada com os incêndios que há vários dias não dão tréguas. Carlos Carreiras já teve de lidar com estas situações aqui no concelho, embora numa dimensão muito mais reduzida...

É muito ingrato e eu recordo que, destes anos de mandato, os dois momentos mais infelizes que tive foi dois bombeiros de Cascais que faleceram, o Bernardo do Estoril e a Ana Rita de Alcabideche, e para mim, enquanto presidente de Câmara, fica sempre uma sensação de alguma coisa que eu não fiz, e, portanto, quase uma responsabilização. Mas são de facto momentos muito difíceis.

Precisamente por causa desta situação, o Congresso do PSD foi adiado para outubro, para os dias 19 e 20, já depois da entrega do Orçamento do Estado. Sem maioria no Parlamento, o executivo tem de negociar a viabilização do documento. Há semanas que o país vive o jogo do empurra, não seria tempo de Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos se sentarem à mesa e negociarem a viabilização do Orçamento do Estado?

Eu penso que nas questões fundamentais os dois estão de acordo. Por um lado, há que ter um controlo orçamental para não voltarmos a ter défices excessivos e, por outro lado, controlar a dívida pública. Depois, é preciso definir prioridades e eu penso que mesmo aqui não há uma diferença assim tão grande.

O que temos visto na discussão pela comunicação social têm sido questões de pormenor, por exemplo, o IRS jovem, se é mais ou menos, se deve ser alargado à população e não tão focalizado nos jovens. Eu penso que aquilo que os pode estar a dividir é muitíssimo menor e, portanto, considero que não vai ser muito difícil chegar a um acordo. Não digo que o PS vote a favor da proposta de Orçamento, mas pelo menos que a viabilize com uma abstenção.

E este acordo tem de passar sempre pelo PS, o Chega não vai fazer possa parte desta equação?

Eu sempre considerei que o Chega não é um partido credível e, por isso, não sendo credível e fazendo da sua política ativa até um ataque permanente ao próprio PSD, até insultando o próprio PSD, não se pode estar à espera que o partido confie em alguém que não tem uma posição definida. O Chega, na minha opinião, não é um partido confiável e consistente para se poder ter uma negociação dessa natureza.

Mas o primeiro-ministro está empenhado na viabilização ou Luís Montenegro prefere eleições antecipadas?

Eu não acho, estou convicto que o Luís Montenegro quer fazer a legislatura e não tem nenhum interesse em fazer eleições antecipadas, não é por uma questão de receio de perda de poder, é porque o país não aguenta estar permanentemente a ser chamado a votos, portanto, não estou nada convencido de que eleições antecipadas sejam uma boa solução para o país.

Mas se o Orçamento do Estado for chumbado, temos de ir para eleições ou podemos viver em duodécimos?

Pode-se viver em duodécimos, não é uma situação muito favorável, também já vi declarações do secretário-geral do Partido Socialista dizer que viabilizaria orçamentos retificativos, não me parece que nem uma nem outra sejam soluções possíveis.

E como seria para as autarquias em ano de eleições?

Isso tornaria as coisas mais complicadas ainda, nomeadamente uma, por exemplo, que tem a ver com a Lei das Finanças Locais. É uma dificuldade porque não temos previsibilidade e o mundo está cada vez menos previsível. Portanto, o mais aconselhável é que de uma forma responsável os dois líderes cheguem a um acordo para viabilizar o Orçamento.

Mas não será difícil encontrar um meio termo entre o IRS jovem e o IRC, sendo que são as duas matérias em que nenhum quer abrir mão?

Sim, mas isso faz parte também do processo negocial e faz parte do “barulho” que se vai criando à volta destas matérias, mas no final do campeonato, para quem tem um sentido de Estado, para quem tem um sentido de missão, chegarão certamente a encontrar os pontos de convergência para que o Orçamento possa passar.

“Piteira Lopes é o melhor candidato para Cascais e garante continuidade”

Daqui a um ano há eleições autárquicas, há 30 autarcas do PSD que estão a atingir o limite de mandatos em câmaras tão importantes como Cascais, Braga, Faro e também Aveiro. Vai cumprir o mandato até ao fim e depois vai reformar-se?

Não sou suficientemente velho para me reformar já, também não sou suficientemente novo para estar a abarcar desafios [nova candidatura autárquica] porque no meu caso considero que são necessários pelo menos 12 anos para se poder ter uma perspetiva de desenvolvimento.

Mas na política, eu costumo dizer que está na veia, ou seja, é muito difícil sairmos completamente da política, agora terei outras oportunidades que podem passar pelo privado.

Aqui em Cascais o candidato será o vice-presidente, Nuno Piteira Lopes?

Foi essa a decisão da Comissão Política Concelhia que irá agora propor à Distrital e a Distrital irá submeter à Comissão Política Nacional, mas não antevejo qualquer outra solução que não seja essa. Vai ser o candidato a presidente da Câmara com mais experiência desde o 25 de Abril, com mais conhecimento do território, com mais capacidades, porque acompanha a atividade autárquica há muitos anos. Está encarregado, aqui na câmara, de dossiers que são fundamentais e não podem sofrer um corte, por exemplo em obras estruturantes na educação, na saúde, em recursos naturais e ambientais e portanto ficaria “coxo”, digamos assim, se houvesse aqui um sobressalto em termos de candidato.

E o Nuno Piteira Lopes é certamente, desde que há eleições autárquicas livres, aquele que se apresenta mais preparado a eleições autárquicas.

No distrito de Lisboa o PSD tem apenas três autarquias: Lisboa, Cascais e Mafra. Em Sintra o autarca do PS, Basílio Horta, está também em fim de mandatos. Qual é o candidato que pode recuperar a câmara para o PSD?

Não vou estar a adiantar nomes, porque não é matéria que me diga respeito, não está dentro das minhas competências.

A Área Metropolitana de Lisboa tem sido sempre governada à esquerda e à extrema-esquerda. Nunca o PSD teve essa oportunidade e acho que vale a pena arriscar e, para isso, é preciso temos de passar dos atuais três concelhos para pelo menos nove concelhos na Área Metropolitana de Lisboa. Sintra seria uma das câmaras que o PSD deveria apostar forte.

O congresso do PSD vai eleger a nova direção do partido. Há quem fale na necessidade de uma renovação e o próprio Luís Montenegro diz que não se deve governamentalizar o partido…

Concordo plenamente com o líder quando diz que não se pode partidarizar o Governo e não se pode governamentalizar o partido, embora entenda que atualmente foram estes dirigentes que chegaram ao Governo e, portanto, acho que aí tem de encontrar um equilíbrio entre as duas situações.

Também não sou favorável a que a nova Comissão Política não tenha nenhum membro do Governo e estou convencido que Luís Montenegro vai implementar uma solução dessa natureza e vai implementá-la bem certamente.

Estaria disponível para ocupar algum cargo no PSD?

Sabe que eu costumo também dizer que só se ocupa certo cargo primeiro se for convidado e depois se aceitar. Ainda falta um mês para o congresso e há várias posições dentro do partido. Naturalmente, tenho disposição para dar algum contributo, se assim entenderem que esse contributo é válido. Mas é uma discussão que não foi feita e, nem sei se será feita.

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