O ano do grande teste para PS e PSD

9 meses atrás 63

2024 será atípico em termos políticos. Não só porque os portugueses terão de ir às urnas três vezes para votar, mas porque nas legislativas joga-se o futuro político dos líderes do PS e do PSD. E sobretudo faz-se um teste ao peso que o modelo tradicional de alternância no bloco central ainda terá, ou não, no país. Será bipolarizado ainda ou os extremos ganham força?

Serão seis meses muito agitados em termos políticos. O ano de 2024 vai ser determinante para o futuro político dos líderes do PS e do PSD, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, respetivamente, que disputam quase par-a-par – a julgar pelas mais recentes sondagens – a conquista do poder.

Se quem ganhar não tiver maioria nas eleições legislativas que o Presidente da República antecipou para 10 de março, que tipo de alianças fará? Esta é a questão que vai marcar a campanha eleitoral, que, ainda não sendo oficial, já está no terreno. Pedro Nuno Santos não descarta fazer renascer a geringonça de 2015, mas resta saber se o resultado do PCP e do BE dará conforto e lastro a estes partidos para arriscarem uma nova aventura – que no passado os fez perder eleitorado – e nada diz sobre o eventual apoio a um governo minoritário do PSD. Luís Montenegro, por sua vez, ressuscitou a AD com o CDS, mas insiste em dizer “nunca” ao Chega, embora muitos acreditem que, na hora H e se precisar, possa fazer acordos pontuais; tem porém a porta aberta à Iniciativa Liberal (IL) e também admite receber o apoio do PS. Mas isto se ganhar as eleições, mesmo sem a maioria de votos no Parlamento, porque se ficar em segundo, já avisou, não formará governo com uma geringonça à direita. E ficará como líder da oposição? Esse tema é tabu.

Com tamanha indefinição, Marcelo Rebelo de Sousa já fez saber que teme que o país entre em miniciclos, em governos sem maioria no Parlamento, tal como aconteceu no passado com António Guterres. E se neste momento ninguém arrisca antecipar quem vai ganhar as eleições, com as sondagens a persistir numa espécie de empate técnico, também ninguém espera uma maioria absoluta seja do PS seja do PSD/CDS.

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