O caminho de António Antunes, cartoonista que o país trata pelo primeiro nome

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1953

Vila-franquense

Nasce a 12 de abril, em Vila Franca de Xira. Durante o secundário, uma professora tem influência no seu destino: apesar de estar “quase escrito” que iria para engenharia, diz ao seu pai que o filho tem que seguir uma carreira artística.

1969

António Arroio

Frequenta o curso de Pintura da Escola Artística António Arroio, em Lisboa. Como se vivem já sinais de tensão da Guerra Colonial e do fim do Estado Novo, quer participar nessa mudança — mas não pela pintura, já que as suas obras terminariam “na sala de estar de alguém com poder de compra”, realça.

1974

Revolução

No dia da tentativa de golpe de Estado a partir das Caldas da Rainha, inicia a carreira como cartoonista no vespertino “República”, onde desenha uma espécie de premonição da Revolução de Abril. Começa nos jornais por brincadeira e, após ter desenhado para o “Diário de Notícias”, “A Capital”, “A Vida Mundial” e “O Jornal”, torna-se colaborador do Expresso em dezembro.

1983

Sabra e Chatila

Ganha o Grande Prémio no XX Salão Internacional de Cartoon em Montreal (um dos muitos galardões que receberá ao longo da vida), com um cartoon sobre os massacres de Sabra e Chatila, no Líbano, que gera polémica na cidade canadiana.

1993

Preservativo papal

Publica no Expresso o desenho que gera mais polémica em Portugal: o Papa João Paulo II com um preservativo no nariz, na sequência das suas declarações numa altura em que a sida está “no pico em África”. Isto leva a que o cartoon seja discutido no Parlamento, após serem reunidas 29 mil assinaturas.

2004

World Press Cartoon

Cria o World Press Cartoon, referência no universo do humor gráfico de imprensa (cartoon editorial, caricatura e desenho de humor), cuja 1ª edição vai para a rua no ano seguinte. Após vários anos em Sintra e em Cascais, mudar-se-á para as Caldas da Rainha. É ainda comissário do Cartoon Xira desde a sua origem.

2023

Comendador

Recebe o grau de comendador da Ordem da Liberdade pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que anos antes já o tinha considerado o “melhor caricaturista político da ainda jovem democracia portuguesa”. Em 2005 já tinha sido agraciado, por Jorge Sampaio, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

2024

“50 Anos de Humores”

Inaugura, dia 23, em Vila Franca de Xira, uma retrospetiva da sua carreira, que se divide pelo Museu do Neo-Realismo (com caricaturas de autores), Salão Patriarcal (política nacional e internacional) e Fábrica das Palavras (“Miscelânea de Coisas”, relacionadas com religião e sociedade).

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