O Chega mantém-se

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André Ventura adapta-se com mestria ao público que tem na sua frente e quer o seu voto, é um dos políticos mais hábeis que conheço.

A resposta que vale mais do que um milhão de euros à pergunta: Porque é que o Chega continua a subir nas sondagens? Os políticos portugueses não sabem lidar com o Chega e muitos deles, ainda, não perceberam o que se está a passar. Ressalvo um ou dois políticos e jornalistas como a antiga ministra da Justiça  Paula Teixeira da Cruz e o jornalista Ricardo Costa, director da SIC.

A minha interpretação porque é que o Chega sobe nas sondagens e vai continuar a subir.

O crescimento espetacular do Chega, que recebeu mais de um milhão de votos, demonstra a eficácia do seu líder, André Ventura, na mobilização de todos os descontentes.

André Ventura aquando da sua presença no Clube dos Pensadores, pude aquilatar a onda de entusiasmo que gera, assim como, honrar a palavra e o compromisso. Em plena campanha eleitoral, disse-me que vinha ao Clube dos Pensadores e veio mesmo, ao contrário, de outros.

André Ventura adapta-se com mestria ao público que tem na sua frente e quer o seu voto, é um dos políticos mais hábeis que conheço.

André Ventura não é de direita nem de esquerda, mas tem em mente chegar ao poder.

A sua  estratégia passa por ter a atenção da imprensa e  tornar-se  o maior inimigo do politicamente correcto e do establisement.

Ele cativa e explora um eleitorado insatisfeito com a democracia, que quer mudar o seu funcionamento.

Tem duas bandeiras: Justiça e Segurança que lhe granjeiam simpatia e fazem furor. Na Justiça quando o procurador Vítor Pinto, que tem representado o Ministério Público na Operação Marquês, responsabiliza o poder político por muito dos atrasos que se verificam na justiça, enfatizando que os políticos estão sempre a fazer mudanças legislativas no sentido de estender mais ainda os prazos judiciais que fazem com que os processos se arrastem.

O poder político não se digna a alterar o efeito suspensivo dos recursos. Na Justiça portuguesa há um uso e abuso sistemático dos recursos. A Justiça não é célere e é este mote com que André Ventura pega, disseca e colhe em muitos portugueses.

Outras duas bandeiras: Corrupção e Clientelismo, quer eliminar a corrupção e o clientelismo; em que deixemos de estar num país miserável, onde as pessoas se cansam de pagar impostos para dar dinheiro a outros que não querem trabalhar.

Tem uma bandeira contra a imigração que lhe tem causado alguns reveses, como na Cova da Moura, em que pretende  limitar a ajuda pública aos imigrantes e expulsar quem comete crimes.

E tem uma super-bandeira a limpeza do país.

Desta forma consegue mobilizar os absentistas, fazendo com que valha a pena ir votar criando a expectativa que pode mudar este estado de coisas. Explora muito bem o descontentamento e cansaço. Não me acredito que haja  18% dos eleitores portugueses, mais de um milhão que sejam racistas e xenófobos, contudo há muitos portugueses indignados.

André Ventura para muitos portugueses inspira confiança, ao invés, da maioria dos outros políticos.

O Chega está contra a elite política e económica corrupta de Portugal e perscruta com sagacidade o quanto os portugueses estão fartos da política actual.

Fundador do Clube dos Pensadores

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