Os mais de 20 milhões de euros investidos na posição de guarda-redes esta temporada seriam suficiente para um de qualidade inquestionável, mas o Nottingham Forest, cada vez mais dado a exageros no mercado de transferências, optou pela quantidade. Tanto assim foi que um certo internacional grego já é terceira opção! No verão, já com Wayne Hennessey no clube, Matt Turner e Odysseas Vlachodimos foram contratados ao Arsenal e ao Benfica, respetivamente. O leque passava a ser de três jogadores experientes e internacionais pelos respetivos países, até que em janeiro, já com Nuno Espírito Santo ao leme, o histórico emblema inglês desembolsou mais oito milhões de euros para poder contar com um quarto: Matz Sels. O antigo bicampeão europeu só agora começa a perceber que nem tudo o que vem à rede é peixe, enquanto quem assiste de fora só encontra confusão. Tentaremos explicar o como e o porquê da situação ter chegado a este ponto, com a ajuda de quem a acompanhou de perto... qTenho a certeza de que veremos o Vlachodimos a sair na próxima janela de transferências Só este verão chegaram Turner, titular dos Estados Unidos, e Vlachodimos, grego que tão bem conhecemos. A dupla contratação trouxe a promessa de uma boa competição até que um agarrasse a titularidade, mas acabou por dar problemas quando ambos ficaram aquém das expectativas. Aí entrou em ação Sels, que no último fim de semana, frente ao West Ham (2-0), conseguiu dar ao Forest um raro clean sheet. «Acho que foi importante contratar outro guarda-redes. Para a confiança do clube, do treinador, dos defesas e até dos adeptos, porque não parecíamos confortáveis com o Turner e o Vlachodimos. Isto foi uma mudança positiva, o Sels começou bem e parece ser a resposta», diz Max Hayes, jornalista e podcaster afeto ao Nottingham Forest, à conversa com o zerozero. NES foi guarda-redes nos tempos de jogador @Getty / «É verdade que o Forest começa a ter uma reputação de contratar muito. Foram 30 reforços no verão passado, o que até gerou um cântico dos nossos adeptos! Agora até podemos sofrer uma dedução de pontos por culpa disso, mas temos todo o direito de contratar se o acharmos necessário para competir na liga mais difícil do mundo.» A saída de Vlachodimos para a Premier League foi parte de um upgrade à baliza do Benfica, mas ainda assim era esperado que o grego, dono da baliza das águias em 225 ocasiões, agarrasse a titularidade em Inglaterra. Começou como suplente de Turner e teve a primeira oportunidade em novembro, arrancando com um 2-0 sobre o Aston Villa, mas faria um mês depois o último jogo na Premier League: um duro 5-0 na visita ao Fulham. Desde a chegada de Nuno Espírito Santo, também ele guarda-redes nos tempos em que jogava, Vlachodimos só fez dois jogos, ambos na Taça. Com a chegada de Sels, o ex-Benfica foi despromovido a terceira opção e deixou até de fazer parte das convocatórias, o que segundo Max Hayes, especialista no tema, pode culminar com uma venda na próxima janela de transferências: «É difícil trabalhar com tantas opções, seria difícil para qualquer treinador, mas o Nuno já o fez no Wolverhampton e é para isso que é pago. Quanto aos guarda-redes, teremos de gerir isso, porque são todos internacionais. Tenho a certeza que veremos o Matt Turner e o Vlachodimos a sair no verão e talvez até contratemos outro, dependendo da liga em que estaremos.» Um bom guarda-redes pode ser decisivo numa batalha pela manutenção que se prevê difícil. Ao que tudo indica, Vlachodimos não terá um papel importante nessa odisseia.A odisseia na baliza dos tricky trees
«Vlachodimos? Simplesmente não funcionou»