O golpe do Chega na AD

6 meses atrás 69

Por vezes, Ventura faz lembrar uma figura burlesca de Fellini.

O apogeu de algum ridículo estava guardado para a reta final do Chega. Ventura convocou uma operação de falsa bandeira para atacar a AD na governabilidade que dependa do colo do Chega. Incitou a insubordinação daquilo que lhe pareceram ser três generais, qualificando-os com uma velha expressão do mais bafiento salazarismo, “forças vivas”, esperando ser ele o triunfador dessa guerra entre hostes alheias. O golpe, ficou, no entanto, mais próximo de uma comédia do Parque Mayer. Se considerar Ângelo Correia e Miguel Relvas como “forças vivas” do PSD de hoje já é um manifesto exagero, conferir dimensão política a Gomes da Silva, ao ponto de liderar uma revolta na Bounty, apenas suscita uma enorme gargalhada. Em alguns dos seus quadros mentais, Ventura faz lembrar uma personagem burlesca, que se move no meio de mobília muito velha, em delírio, a disparar uma pistola de fulminantes. Uma coisa meio carnavalesca, que Fellini não desdenharia para um dos seus quadros mais oníricos, daqueles em que tão bem explora as personagens de ‘freak show’. No fim, aparece um dos mais decrépitos generais revoltosos a dizer-lhe que é Napoleão e que vai franquear as portas do velho castelo.

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