O magistrado Amadeu Guerra sempre se distinguiu pelo bom senso. Oriundo da justiça administrativa, chegou a um DCIAP de pantanas e impôs meia dúzia de regras simples, em nome de uma ação atual e eficaz do Ministério Público (MP), contra os megaprocessos. Apoio próximo dos titulares dos inquéritos, prazos de acompanhamento e conclusão, diálogo hierárquico permanente. Conquistou a confiança dos colegas, endireitou a casa, foi um pilar na gestão de Joana Marques Vidal na PGR e na perceção pública sobre a capacidade e coragem processual e institucional do MP. Não é um homem providencial, com solução para tudo. É apenas alguém capaz de agir, pensar, dialogar, liderar pelo exemplo e pela integridade. A sua nomeação não vai resolver os problemas todos do MP. Afinal, nenhum governo os resolveu. Faltam meios técnicos e humanos. Mas não vai faltar o tal bom senso, a inteligência prática, o sentido institucional e independente. O Governo acertou plenamente na escolha, o primeiro-ministro em particular. Governo e Presidente da República sinalizam que não cedem a lobbies, de senadores ou outros. Que não deixam substituir-se pela influência de quem já julgava ser uma espécie de quarto pilar da República e do poder político, por cima de todos os outros, sem previsão constitucional. Montenegro e Marcelo fortaleceram o Estado de Direito e estão de parabéns por isso.
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