O legado de Medina

9 meses atrás 87

Se o futuro governo abrir caminho para os défices, é um erro caro.

Fernando Medina deixa um legado histórico no Ministério das Finanças. O maior excedente da democracia. Até setembro, a média diária de saldo positivo das contas públicas era de 24 milhões de euros por dia, ou seja, um milhão de euros por hora. Num país habituado a défices crónicos e que há pouco mais de uma década foi sujeito a um doloroso resgate externo por parte dos credores, as contas excedentárias permitem poupar os contribuintes a mais um gasto com a montanha de dívida, que baixa em percentagem do PIB, mas que continua elevada em termos globais.

É evidente que o Governo contou com a preciosa ajuda da inflação, porque os produtos ficaram mais caros, logo pagam mais impostos. O número recorde de pessoas a trabalhar também ajudou a receita. Mas os verdadeiros heróis deste excedente somos nós, os contribuintes, que acabámos por pagar mais impostos, particularmente os impostos indiretos, mais anestesiantes.

Mas tudo leva a crer que esta política de contas com saldo positivo está em risco. Se o futuro Governo abrir caminho para o regresso dos défices, é um erro caro. No entanto, o excedente nunca pode ser o Santo Graal de qualquer Governo. É preciso executar políticas que garantam melhor serviço do Estado aos cidadãos. Manter um rumo de contas certas com boa gestão da coisa pública, com menos burocracia, Justiça mais célere, com um ambiente propício para o crescimento da economia é o que o País precisa.

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