O Nosso Tempo e o Tempo dos Outros

3 meses atrás 43

É por aqui que devemos decidir a nossa vida, ou seja, dar valor aos valores, os chamados arquétipos, e desvalorizar o preço das coisas, dos valores materiais, pois esses concorrem, seguramente, para o abreviar da nossa existência na Terra.

O tempo passa e com ele vamos passando também, ou seja, estamos a caminhar para o Além, e por isso é urgente que se aproveite bem o tempo que ainda passamos neste planeta, antes de emigrar para o outro, que queremos acreditar ser um tempo de descanso eterno, com alguma dignidade!?!

Neste contexto seria bom tomar partido da colaboração de todos, ou seja, do tempo útil dos outros, em espírito de entreajuda e de solidariedade, enquanto é tempo, porque haverá um “tempo” em que já não teremos tempo. E isto é inalienável, afecta todos e ninguém escapa, porque se trata de um fenómeno universal da lei da vida de qualquer Ser Humano; princípio, meio e fim.

É, pois, por isso que temos de optar enquanto é tempo, e há tempo, entre “o valor das coisas e o preço das coisas”, para não sermos apelidados de “cínicos”, como disse Oscar Wilde a propósito “daquele que sabe o preço de todas as coisas, mas não sabe o valor de nada”. É por aqui que devemos decidir a nossa vida, ou seja, dar valor aos valores, os chamados arquétipos, e desvalorizar o preço das coisas, dos valores materiais, pois esses concorrem, seguramente, para o abreviar da nossa existência na Terra.

Assim como as Instituições é que devem estar ao serviço do Homem, e não o contrário, também as coisas é que devem estar ao serviço do Homem, mas na medida exacta das suas necessidades. O Homem não deve ser escravo das coisas porque a maior parte delas são coisas superficiais e perfeitamente dispensáveis. O que dá sentido à vida que vale a pena ser vivida é ter um “projecto” para acrescentar algo de útil à Sociedade aonde estamos inseridos, e que funcionará como um retorno por aquilo que recebemos dela, mas mais no campo dos valores do que no das coisas, já que o reconhecimento e a preocupação do retorno são valores que alguns (muitos) não têm.

O “nosso tempo” caracteriza-se hoje por um tempo sem tempo, em que tudo o que se faz é feito contra o tempo, ou seja, com medo que ele se esgote, o que leva a uma velocidade tão grande, que não há tempo para apreciar bons momentos, e até para reflectir sobre o tempo à nossa volta e o que fazer com ele. É neste sobressalto em que vivemos hoje, uma vida apressada e com pouco “sabor”.

Já que não temos tempo para “saborear”, a receita que se impõe para dar algum sentido à nossa vida, efémera e vazia, é valorizá-la através dos valores que herdámos e da sua transmissão a todos os que nos rodeiam porque são, de facto, esses que podem beneficiar da nossa acção quando ela é baseada em valores espirituais, já que o que a maioria tem, e privilegia, são apenas os valores materiais, e aí é que está a grande diferença, e é essa diferença que hoje é absolutamente necessária nas famílias e na Sociedade, e é evidente que a prática do Desporto, como valor cultural, enche a nossa vida de saúde, alegria e de “espiritualidade”. Por isso há que aproveitar o tempo…!

Sociólogo

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