1999
Agosto
09 de agosto -- Vladimir Putin, chefe do FSB (ex-KGB) é designado primeiro-ministro interino pelo Presidente Boris Ieltsin, que também anuncia pretendê-lo como sucessor. Nesse mesmo dia, Putin concorda em concorrer à presidência.
19 de dezembro -- O bloco Unidade, dirigido pelo Putin, vence as eleições legislativas.
31 de dezembro -- Ieltsin anuncia a sua demissão. Putin torna-se Presidente interino.
2000
26 de março -- Putin eleito Presidente com cerca de 53% dos votos expressos.
13 de maio -- Um decreto presidencial divide o país em sete distritos federais dirigidos por funcionários estatais apontados por Putin.
Junho - Dmitri Medvedev designado presidente do Conselho de administração da gigante Gazprom, sendo o Estado o maior acionista.
12 de agosto -- Acidente do submarino nuclear Kursk no mar de Barents.
2001
03 de abril -- A estação NTV passa para o controlo de responsáveis próximos do Kremlin. Do dia 14, a nova direção, em conflito com uma parte dos jornalistas, investe nas instalações com a ajuda de tropas de elite do ministério do Interior.
16 de julho -- Rússia e China concluem em Moscovo um tratado de "boa vizinhança, amizade e cooperação", o primeiro do género após o tratado sino-soviético de 1950.
11 de setembro -- Putin declara que os ataques que atingiram norte-americano "não devem ficar impunes" e oferece ajuda aos Estados Unidos para combater o terrorismo.
13 de dezembro -- O Presidente dos EUA, George W. Bush, anuncia que os Estados Unidos se retiram unilateralmente do Tratado antimíssil balístico (ABM) assinado por Washington e Moscovo em 1972.
2002
11 de janeiro -- A cadeia televisiva independente TV6, propriedade do oligarca Boris Berezovski, é declarada em liquidação.
24 de maio -- Assinatura do Tratado de redução dos arsenais nucleares estratégicos (SORT) entre russos e norte-americanos.
26 de junho -- A Rússia torna-se membro de pleno direito do G8, que tinha formalmente integrado em 1997 (G7+1).
2003
17 de abril -- Assassinado o deputado liberal Serguei Yuchenko, crítico da política do Governo na Chechénia.
25 de outubro -- Mikhail Khodorkovski, administrador do grupo petrolífero Yukos, é detido e condenado em maio de 2005 a nove anos de prisão por corrupção e fraude fiscal. A Yukos será dissolvida em agosto de 2006.
2004
14 de março -- Putin reeleito Presidente com 71,2% dos votos.
01 de julho -- A justiça congela as contas bancárias da Yukos e inicia um processo de aquisição dos ativos do grupo.
14 de outubro -- No decurso de uma visita oficial de Putin à China, Moscovo e Pequim assinam um acordo que põe termo ao contencioso sobre a delimitação das suas fronteiras no Extremo Oriente.
01 de dezembro -- Reforma constitucional reforça os poderes presidenciais em detrimento dos governadores regionais.
2005
Janeiro-fevereiro -- Milhares de reformados russos protestam contra a reforma da segurança social.
03 de fevereiro -- O FMI anuncia que a Rússia concluiu o reembolso das suas dívidas.
25 de abril -- Num discurso na Duma (câmara baixa do parlamento), Putin declara que o desaparecimento da URSS constituiu "a maior catástrofe geopolítica do século XX".
23 de dezembro -- O parlamento russo aprova uma lei que reforça o controlo administrativo sobre as Organizações não-governamentais (ONG) locais e estrangeiras.
2006
Janeiro -- Conflito do gás entre a Ucrânia e a Rússia.
06 de março -- Promulgada lei antiterrorista que reforça o poder das Forças Armadas e das forças de segurança.
15-17 de julho -- O encontro do G8 em São Petersburgo consagra o regresso da Rússia ao clube das grandes potências.
07 de outubro -- Assassinato da jornalista Anna Politkovskaia em Moscovo.
23 de novembro -- Morte por envenenamento do ex-agente do KGB e FSB Alexander Litvinenko, que se tinha tornado um agente do MI6 britânico em 2003.
2007
09 de janeiro -- Na sequência de uma crise entre a Rússia e a Bielorrússia sobre o destino do petróleo bruto para a Europa através de território bielorrusso, Moscovo encerra o oleoduto de Drujba. O trânsito é restabelecido três dias depois.
23 de abril -- Morte de Boris Ieltsin
14 de julho -- Em represália ao projeto norte-americano de escudo antimíssil na Polónia e República Checa, a Rússia suspende a participação no Tratado sobre a redução de forças convencionais na Europa (FCE) assinado em novembro de 1990.
02 de dezembro -- Rússia Unida, o partido do Kremlin, vence as legislativas.
10 de dezembro -- Putin anuncia que apoiará Medvedev, vice-primeiro-ministro desde novembro de 2005, para a eleição presidencial. No dia seguinte, Medvedev pede a Putin que assuma o cargo de primeiro-ministro.
2008
02 de março -- Medvedev eleito Presidente na primeira volta com mais de 70% dos sufrágios.
08 de maio -- Putin designado primeiro-ministro
Setembro-Outubro - A economia russa é duramente afetada pelo colapso financeiro mundial.
26 de novembro -- Revisão constitucional altera o mandato presidencial de quatro para seis anos.
2009
1-20 de janeiro -- Crise do gás entre a Rússia e a Ucrânia. A Gazprom suspende o seu fornecimento à Ucrânia após um aumento do preço do gás.
6-7 de julho -- O Presidente dos EUA Barack Obama e Medvedev chegam a acordo sobre a redução de um terço do arsenal nuclear dos dois países.
17 de setembro -- Obama e Medvedev anunciam o abandono do projeto de escudo antimíssil na Europa de leste, Moscovo saúda a "sensatez" desta decisão.
2010
05 de fevereiro -- O Presidente Medvedev legitima a nova doutrina de defesa russa, que coloca a NATO como a principal ameaça externa.
08 de abril -- Assinatura em Praga entre o Presidente russo e o homólogo dos EUA de um novo Tratado de redução dos armamentos estratégicos (Start).
20 de outubro -- Aprovação do maior plano de privatizações desde a queda da URSS e que abrange 900 empresas num prazo de cinco anos.
2011
24 de setembro -- Putin anuncia candidatura às presidenciais e elege Medvedev como futuro primeiro-ministro.
04-24 de dezembro -- Vitória do Rússia Unida nas legislativas desencadeia uma vaga de protestos contra irregularidades no escrutínio.
2012
04-27 de janeiro -- A campanha presidencial origina importantes manifestações contra o candidato Putin, sobretudo em Moscovo.
04 de março -- Putin é eleito na primeira volta para um terceiro mandato presidencial com 63,6% dos votos expressos e designa Medvedev para a chefia do Governo.
25 de abril -- Reimposta a eleição direta dos governadores das regiões.
06 de maio -- Na véspera da tomada de posse de Putin no regresso à presidência, a polícia intervém e prende manifestantes na praça Bolotnaia, na capital.
22 de agosto -- A Rússia integra a OMC após 18 anos de negociações.
21 de novembro -- Adoção de uma lei que obriga as ONG que recebem fundos estrangeiros e promovam atividades políticas a registarem-se como "agentes do estrangeiro".
2013
30 de junho -- Putin promulga duas leis que punem a "propaganda" homossexual junto a menores e reprimem as "ofensas aos valores religiosos".
18 de julho -- O opositor Alexei Navalny, candidato à câmara de Moscovo, é condenado a cinco anos de prisão por desvio de fundos. É libertado no dia seguinte e colocado sob controlo judicial, voltando a ser condenado, com penas suspensas, em 2013 e 2014.
14 de setembro -- Washington e Moscovo chegam a acordo sobre o desmantelamento de armamento químico do regime sírio, que permite evitar a eventualidade de um ataque norte-americano.
09 de dezembro -- A agência noticiosa Ria-Novosti e a rádio pública Voz da Rússia são substituídas pela agência internacional Rússia Hoje, colocada sob controlo direito do Kremlin.
20 de dezembro -- O ex-oligarca russo Mikhail Khodorkovski é agraciado no âmbito e uma lei de amnistia que abrange 25.000 prisioneiros.
29-30 de Dezembro -- Dois atentados suicidas em Volgograd provocam respetivamente 17 e 14 mortos. Ocorrem seis semanas antes dos Jogos Olímpicos de inverno (07-23 fevereiro 2014) que a Rússia organiza em Sochi, no Cáucaso.
2014
22 de fevereiro -- Queda do Presidente ucraniano Viktor Yanukovych, após diversos meses de contestação na praça Maidan, em Kiev. Moscovo contesta a legitimidade do novo poder.
16 de março -- Na sequência de um referendo na Crimeia (96,7% de "sim"), após breve intervenção militar no terreno, a península é anexada à Rússia, originando uma vaga de patriotismo e reforçando a popularidade de Putin. A União Europeia e os Estados Unidos aprovam um conjunto de sanções contra a Rússia que serão progressivamente reforçadas.
11 de maio -- Um referendo de autodeterminação organizado pelos separatistas russófonos em Donetsk e Lugansk, leste da Ucrânia, é aprovado com cerca de 90% dos votos.
29 de maio -- Fundada a União económica euro-asiática entre a Bielorrússia, Cazaquistão e Rússia.
17 de julho -- Um avião da Malaysia Airlines é abatido no leste da Ucrânia, com acusações mútuas entre Kiev e Moscovo.
01 de setembro -- Início da construção na Sibéria oriental de um enorme gasoduto em direção à China.
05 de setembro -- Assinatura de um cessar-fogo em Minsk, capital da Bielorrússia, entre representantes da Ucrânia, Rússia e dos separatistas russófonos (Minsk I). No inicio do ano seguinte é firmado um novo acordo, sob mediação da França e Alemanha (Minsk II), que nunca será cumprido, em particular no vetor político.
2015
25 de fevereiro -- Boris Nemtsov, dirigente da oposição, morto a tiro em Moscovo. No dia seguinte, dezenas de milhares de pessoas saem à rua em protesto.
2016
Manifestações promovidas pelo opositor Alexei Navalny, que se prolongam por 2017, resultam em centenas de detenções.
08 de novembro - Donald Trump vence as presidenciais nos Estados Unidos e nos meses seguintes fontes dos serviços de informações norte-americano alegam uma "interferência" da Rússia no processo eleitoral em favor do candidato republicano. Os posteriores inquéritos serão inconclusivos.
2018
04 de março -- O antigo agente duplo Serguei Skripal é envenenado em Salisbury, Reino Unido, mas sobrevive. O Governo de Londres acusa o Estado russo de tentativa de assassinato e expula 23 diplomatas.
18 de março -- Putin eleito para um quarto mandato presidencial com 76% dos votos. Em 25 de maio, anunciará que se candidatará de novo a Presidente nas eleições de 2024, na sequencia das alterações constitucionais.
14 de junho -- Início do campeonato Mundial de Futebol FIFA, que decorre na Rússia pela primeira vez.
2019
Setembro - Eleições regionais na Rússia com ampla vitória do Rússia Unida de Putin e com novas acusações de manipulação eleitoral feitas por setores da oposição; manifestações da oposição, de novo com detenções e diversas condenações.
2020
03 de julho -- Em plena crise pandémica, Putin assina uma ordem executiva que prevê alterações na Constituição da Rússia e que lhe permitem concorrer a dois mandatos adicionais de seis anos cada. As emendas entram em vigor no dia seguinte.
20 de agosto -- Alexei Navalny é hospitalizado por suspeita de envenenamento e irá receber tratamento na Alemanha.
O Kremlin utiliza a pandemia do Covid-19 como pretexto para proibir manifestações.
2021
17 de janeiro - Navalny decide regressar à Rússia, sendo de imediato detido sob acusação de violar a liberdade condicional após uma condenação em 2014 por fraude.
O Supremo Tribunal russo proíbe a ONG Memorial, focada na repressão política.
2022
Na sequência da invasão da Ucrânia, são aprovadas novas leis repressivas dirigidas contra os protestos antiguerra ou críticas à instituição militar.
2023
17 de abril -- O opositor Vladimir Kara-Murza, próximo de Boris Nemtsov e vice-presidente da Open Russia, uma ONG fundada pelo ex-oligarca Mikhail Khodorkovski, é condenado a 25 anos de prisão.
04 de agosto -- Navalny é condenado a mais 19 anos de prisão. Em dezembro será transferido para uma prisão no ártico, onde morre em 16 de fevereiro de 2024, aos 47 anos.
Tribunais declaram o movimento LGBTQ+ uma "organização extremista" e proíbem a mudança de género.
2024
02 de fevereiro - O Ministério da Justiça russo designa de "agente estrangeiro" Oleg Orlov, dirigente da extinta ONG Memorial. No dia 27, um tribunal condena-o a dois anos e meio de prisão.
01 de março -- As cerimónias fúnebres de Navalny juntam alguns milhares de pessoas no cemitério Borisov, em Moscovo Moscovo, na presença de forte contingente policial. Ecoam palavras de ordem "Não à Guerra" ou "Rússia sem Putin", mas não ocorrem detenções.