O "orgulho" na troika e o compromisso de Montenegro no comício da AD

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A campanha eleitoral para as Legislativas de 10 de março continua a percorrer o país, de Norte a Sul. Na sexta-feira, o Europarque, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro recebeu um comício da AD (Aliança Democrática), onde marcou presença o antigo líder do PSD Durão Barroso. 

O antigo presidente da Comissão Europeia defendeu que o PSD e o CDS-PP não têm de pedir desculpa, mas ter orgulho no que fizeram no Governo "com sentido patriótico" no período da "troika", entre 2011 e 2014.

"É preciso lembrar como fomos para lá e como saímos. Quem pôs Portugal na situação de bancarrota foi o governo do PS, depois houve um programa de ajustamento dificílimo, e o governo de José Sócrates foi substituído pelo de Pedro Passos Coelho", sublinhou perante um auditório com 1.400 lugares sentados.

O antigo primeiro-ministro lembrou que Portugal conseguiu sair desse programa único em três anos, quando a Grécia demorou oito e teve três programas. "Em Portugal houve coragem de enfrentar um problema que não tinha sido criado pelo PSD, mas foi o PSD com o CDS que o conseguiu resolver", referiu.

🟧🟦 Durão Barroso: Luís Montenegro tem orgulho na história e é capaz de a projetar para o Futuro

É com moderação que se consegue unir os Portugueses —recordou Durão Barroso no Comício da Aliança Democrática, em Santa Maria da Feira#ÉHoradaMudança pic.twitter.com/4zAxT9L2Om

— Aliança Democrática (@ALIANCAD2024) March 2, 2024

Numa passagem da sua intervenção aplaudida de pé, Durão Barroso acrescentou: "Nós não temos de pedir desculpa por esse período, nós temos de ter orgulho nesse período pelo que fizemos com sentido patriótico", salientou.

Durão Barroso deixou ainda críticas à alteração do símbolo institucional do Governo, dizendo que os que não se identificam com o brasão de armas nacional "não são verdadeiros portugueses". "Diziam eles que o logótipo, as nossas antigas armas, não eram suficientemente inclusivas, que há uma parte das pessoas que não se identificam com elas. Mas se esses portugueses não se identificam com o nosso brasão de armas, então para mim não são verdadeiros portugueses, nós não temos símbolos mais inclusivos do que esses", defendeu, agradecendo ao presidente do PSD já ter prometido que, se for primeiro-ministro, deixará de usar o novo símbolo.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, esteve também no comício da AD e defendeu que os funcionários públicos "devem ter um sistema de progressão sempre e só influenciado pelo seu desempenho, pelo seu mérito", que, prometeu, "estará sempre à frente do cartão partidário". Durante o seu discurso, Montenegro apresentou a coligação PSD/CDS-PP/PPM como "a maior garantia de estabilidade" e o PS liderado por Pedro Nuno Santos como "o cúmulo da instabilidade política".

"A nossa estabilidade na Administração Pública é a valorização dos funcionários. A nossa estabilidade na Administração Pública é a valorização do resultado e do desempenho de cada um. A nossa estabilidade na Administração Pública não é enxamear o Estado com aqueles que são nossos companheiros de partido. Por muito que isso custe, eu quero já avisar que no nosso projeto o mérito estará sempre à frente do cartão partidário, sempre", disse Luís Montenegro.

O líder da AD explicou ainda que só governa se ganhar as eleições por respeito à vontade popular e porque considera que isso lhe dará a legitimidade necessária, afastando "arranjos partidários". "Eu disse antes, estou a dizer durante e é mesmo o meu compromisso: eu só governarei como primeiro-ministro se ganhar as eleições", realçou.

"Eu vim para mudar o país, eu vim para acreditar nas pessoas, eu vim para dar aos jovens um futuro, eu vim para ter uma classe média forte, eu vim para ver os pensionistas, os avós com dignidade ao lado dos seus filhos e ao lado dos seus netos. Nós estamos aqui para receber do povo o mandato para mudar a vida do país", prometeu Montenegro.

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