O reverso da moeda

4 meses atrás 79

Em Braga, João Mendes gelou o estádio com um empate aos 90+7. Em Guimarães, Rony replicou-o, quatro minutos mais cedo e deu a vitória aos bracarenses por 2-3, em cima do apito final. Final de emoções, numa partida marcada pelo ritmo imprimido pelos intervenientes. Este resultado confirma o quinto lugar dos conquistadores e deixa o Braga a depender apenas de si mesmo para completar o pódio.

Num dos derby’s minhotos com mais em jogo nos últimos tempos, o Vitória entrou melhor e marcou cedo, por Bruno Gaspar, após um trabalho notável de André André. Depois de quinze minutos de grande nível, o Braga descobriu as chaves da caixa forte que era a pressão vitoriana e, depois disso, controlou toda a meia hora seguinte. Bruma empatou numa grande jogada coletiva e, não fosse um fora de jogo de Abel Ruiz, teria bisado em cima do intervalo. Em três minutos, dos 78 aos 81, houve loucura. Reviravolta e empate restabelecido, autoria de Ricardo Horta e Ricardo Mangas. No final, Rony fez magia e deu a vitória aos forasteiros.

Começou a branco, acabou vermelho

Ainda a partida não havia começado, já havia fogo de artifício nas bancadas vitorianas, repletas de gente vestida de branco. O Inferno Branco - de casa praticamente cheia - lançou os foguetes antes da festa, pronuncio de que as coisas poderiam não muito bem. Victor Gomez, aos 2´, tentou logo fazer os da casa apanhar as canas mas um desvio de Varela e a barra evitaram um golaço a abrir o derby.

@Catarina Morais / Kapta +

Não entrou de um lado, entrou do outro. Pouco depois, ainda antes dos dez minutos, André André fez Niakaté ajoelhar - e lembrar os seus melhores anos - e assistiu Bruno Gaspar, que após falha de Borja no posicionamento, só teve de encostar. Festa em Guimarães, num momento também comunhão entre jogadores e adeptos.

Na parte inicial, deu mais Vitória, com os Conquistadores a condicionarem na perfeição a saída de bola bracarense. Quando os arsenalistas conseguiram sair da ratoeira montada por Álvaro Pacheco deu sempre perigo. Saindo primordialmente pela esquerda, o Braga conseguiu criar igualdades e superioridade numéricas no ataque. Zalazar falhou a primeira tentativa, mas à segunda, Bruma empatou o jogo. Pizzi lançou Ricardo Horta e o internacional português assistiu Bruma para equivaler as contas no D.Afonso Henriques.

Até ao fim do primeiro tempo o Vitória pareceu sempre muito intranquilo. O Braga acelerou o jogo ao primeiro toque e criou dificuldades, resolvidas com alguma dificuldade. Em cima da hora, Bruma ainda bisou, mas um fora de jogo de Abel Ruíz, que fez a assistência, invalidou o tento.

O jogo virou!

O início de segundo tempo um pouco amorfo não deixou as equipas cair no conformismo. Algumas paragens, várias disputas, mas poucas balizas. Aos dez minutos, recomeçou a ação. Victopr Gomez, de pé quente, voltou a obrigar Varela a uma defesa apertada. Do outro lado, num lance com várias carambolas na área, Tomás Ribeiro cabeceou à barra. A bola não entrou, mas o jogo abriu e deu aso a algumas transições de relevo.

Depois de aquecerem os motores, foi a toda a velocidade. Em três minutos frenéticos, o Braga fez a reviravolta e o Vitória voltou a empatar. Bem, vamos por partes. Primeiro, Zalazar fez um passe delicioso para Victor Gomez - figura no plano ofensivo - e o espanhol deixou Varela por terra e deixou Ricardo Horta com a baliza escancarada para o 2-1. Após revisão demorada do VAR, Fábio Veríssimo apontou para o centro. A bola saiu do miolo, Nuno Santos - no primeiro toque na bola - fez um drible maradoniano, deixou em André André e este bisou em assistências, com o passe que deixou Mangas com um penálti em movimento.

O D.Afonso Henriques estava nos píncaros da emoção e do nervosismo. O empate não agradava a ninguém e ambas as equipas procuravam o tão desejado tento vencedor. Depois de João Mendes empatar em Braga aos 90+7, foi a vez dos arsenalistas pregarem uma partida nos descontos. Cruzamento da esquerda para a entrada da área e... voilá! Rony Lopes, que ainda não tinha tido qualquer ação com bola, lançou um míssil com a canhota para o fundo das redes. 

O Braga vence em Guimarães, matando a esperança do Vitória almejar mais do que o quinto lugar e confirmando presença acima do eterno rival na tabela classificaria pela sétima temporada consecutiva.

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