O rosto da superioridade

A ou B, séniores ou infantis, futebol ou qualquer outra modalidade... Um clássico é sempre um clássico, ainda por cima entre estes dois. Quis o destino que, à jornada 17 da Liga Portugal SABSEG, FC Porto B e Benfica B medissem forças. Em campo, quis Gustavo Marques que os três pontos viajassem até Lisboa, após uma vitória esclarecedora por 0-3.

No Olival, os primeiros 45 foram demasiado mornos para a temperatura esperada numa versão light de um dos maiores clássicos do país. Divididos, com poucas oportunidades e jogados longe da baliza. Ainda assim, é injusto caracterizar a primeira parte como fraca ou de baixo nível.

Dos dragões partiu a iniciativa de mandar no jogo. Com mais bola, os jovens - pequenos mágicos em construção - Vasco Sousa e Rodrigo Mora ganharam protagonismo. Baixaram no terreno para ajudar na construção e tentaram agitar no último terço. Contudo, a melhor ocasião azul e branca deu-se graças a uma falha rival. Um cabeceamento torto de Diogo Prioste isolou Wendel Silva, que, oportuno, fugiu à defesa e rematou à malha lateral, para um dos primeiros suspiros das bancadas.

Do outro lado, o Benfica, com uma abordagem diferente, tamnbém não esteve mal. Suportadas pela dupla Gustavo Marques (um senhor central; uma exibição muito positiva, coroada com um golo) e Adrian Bajrami, as águias mostraram-se seguras, prontas para sair da pressão com qualidade e chegar à frente de forma rápida.

O golo, para desequilibrar a balança, surgiu perto do intervalo. Na sequência de uma entrada dura de David Carmo, um livre lateral causou a confusão na área; Gustavo Marques, o mais esclarecido, apareceu de frente para o golo e não desperdiçou.

O segundo tempo começou com cânticos. As bancadas acordaram e a mudança refletiu-se no relvado. Os dragões entraram melhor e remeteram as águias para o seu reduto. «Linha de cinco», gritou Veríssimo, ouviu a defesa encarnada e, daí, surgiu o segundo.

Contra a corrente de jogo, Gustavo Marques avançou no terreno e, a uns bons 30 a 40 metros da baliza, encheu o pé; relvado molhado, mais remate forte e rasteiro resultou numa defesa incompleta de Meixedo. Cauê foi o grande sortudo ao ficar com a bola à mercê para o 2-0.

Os dragões, com uma desvantagem maior, continuaram a tentar, mas não passou disso. Vontade houve, confiança e acerto no último terço é que não. Os dragões rondaram as imediações da área adversária, mas os golos desta tarde estavam reservados para os encarnados. Gustavo Varela, recém-entrado, recebeu orientado e à meia volta, chutou à entrada da área junto ao poste. Foi a gota de água para muitos dos adeptos que abandonaram o Estádio na sequência do terceiro golo.