O sonho ali tão perto...

6 meses atrás 61

História escrita no Estádio da Luz. Pela primeira vez, uma equipa portuguesa alcançou os quartos de final da Liga dos Campeões. E, com isto, foi a vez do Benfica reencontrar o Lyon - o recordista de troféus da prova -, três anos depois. Após duas derrotas por 5-0 numa vida passada, o sonho ainda vive e segue para França.

Filipa Patão regressou ao 3x4x3 - com Jéssica Silva a ser baixa de última hora -, mas a contrariedade vivida por Nycole Raysla, ainda durante a primeira parte, fez com que Chandra Davidson fosse chamada a jogo mais cedo. Sonia Bompastor, sem contar com duas estrelas maiores - Danielle van de Donk e Ada Hegerberg - utilizou um 4x3x3 com Sara Dabritz a ser o membro mais recuado no meio-campo.

Definição de pressão

A entrada das águias em jogo foi uma réplica exata do que Filipa Patão havia pedido em conferência de imprensa de antevisão: um «Benfica quase perfeito». Alta pressão na primeira fase de construção do Lyon e um grande condicionamento individual às portadoras de bola. Aqui, Laís Araújo, Anna Gasper e Christy Ucheibe sobressaíram, aquando da chegada da bola ao último terço, mas também a fação ofensiva da equipa da casa esteve elementar.

Se o eventual medo do grande Lyon existia no balneário luso, não transpareceu em campo - que o diga a bola ao poste enviada por Andrea Falcón, logo nos primeiros minutos, que Endler ainda defendeu, mas nem assim evitaria males maiores. As campeãs francesas não conseguiam, em Lisboa, demonstrar o potencial que detêm.

Entre várias paragens por faltas ou lesões, a turma de Sonia Bompastor conseguiu deter algum controlo do duelo em vários minutos, mas quem aproveitou as quebras de ritmo foi mesmo o Benfica. Daqui, nasce o golo de Andreia Faria. Vanessa Gilles tentou servir Mbock, mas o passe ficou curtinho. Apareceu, em modo flecha, a média das encarnadas para fazer o golo que as fez sonhar. E, com esta exibição, tinham todo o direito a isso.

Do choque à resposta

O Lyon demonstrava estar em choque, depois dos primeiros 45 minutos no Estádio da Luz. Poucas garantias dadas, pouca consolidação. No entanto, para uma equipa com este estatuto e de renome, todos sabemos que é preciso apenas um rasgo de criatividade e que tudo saia certo uma vez para as coisas resultarem.

Assim foi. Ellie Carpenter soltou-se, pela primeira vez na partida, e desenhou a jogada que culminou num toque de calcanhar de Dumornay para a resposta de Cascarino - que se mostrou algo apagada no decorrer da primeira parte.

A partir daqui, foi a vez das comandadas de Sonia Bompastor se mostrarem capazes de fazer melhor na Luz. E fizeram isso mesmo. Com o Benfica a baixar mais as linhas e sem conseguir sair da sua zona de pressão, Sara Däbritz conseguiu concretizar a remontada, após uma jogada de ataque rápido das francesas.

O Benfica tentou fazer pela vida, mas não houve espaço ou tempo para mais. As francesas não facilitaram e agora o futuro passa por França, no próximo dia 27 de março.

Ler artigo completo