ONG angolana pede responsabilização de agressores de ativista "Tanaice Neutro"

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 A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) disse hoje que o Serviço Penitenciário angolano vai reabrir as investigações sobre alegadas agressões ao ativista "Tanaice Neutro" no interior da cela, pedindo celeridade do processo e responsabilização dos autores.

A informação foi transmitida hoje à Lusa pelo jurista Serra Bango, presidente da AJPD, organização não-governamental angolana promotora e defensora dos direitos humanos, lamentando que aquele órgão não tenha aprofundado as denúncias do advogado do ativista.

"A primeira conclusão que tiramos é que o Serviço Penitenciário, mesmo com a denúncia e reclamação apresentada pelo advogado, não fez averiguações, basearam-se apenas numa mera informação operacional que foi feita pelos agentes do serviço naquele dia à direção", disse.

Serra Bango, que se deslocou na terça-feira à cadeia de Calomboloca para saber da situação de Gilson Moreira da Silva "Tanaice Neutro", preso desde setembro de 2023, manteve na quarta-feira um encontro com o diretor-geral adjunto dos serviços prisionais.

Segundo o presidente da AJPD, que na segunda-feira remeteu uma carta aberta à direção daquele órgão solicitando um inquérito de averiguação de maus-tratos contra o recluso, denunciados anteriormente pelo seu advogado, a entidade prometeu reabrir as investigações.

"Ficou o compromisso do diretor adjunto do serviço penitenciário em reabrir o processo e solicitámos que, num curto espaço de tempo, nos informassem sobre o resultado dessa averiguação para sabermos das razões que motivaram aquela agressão", referiu.

Gilson Moreira da Silva "Tanaice Neutro", Adolfo Campos, Hermenegildo André "Gildo das Ruas" e Abraão Pensador são os quatro ativistas presos desde setembro de 2023, após serem condenados por desobediência e resistência, na sequência de uma manifestação em apoio aos mototaxistas.

O advogado Zola Bambi disse em maio passado que os referidos ativistas foram submetidos à um "julgamento injusto e presos ilegalmente por vontade política", ocasião em que denunciou alegadas agressões a "Tanaice Neutro", atos que se terão repetido igualmente em junho.

Hoje, o líder da AJPD reafirmou a necessidade do inquérito para se aferir as motivações das agressões, pedindo responsabilização dos autores, quer tenham derivado de uma rixa entre os reclusos ou protagonizadas por agentes prisionais.

Ativistas, atores da sociedade civil e políticos na oposição apelam repetidas vezes à libertação dos referidos ativistas, considerados "presos políticos".

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