ONG regista 6.973 mortes violentas em 12 meses na Venezuela

8 meses atrás 74

Os dados fazem parte do Relatório Anual de Violência - 2023 do Observatório Venezuelano de Violência (OVV), dando conta que está a ser investigada "a intencionalidade" das restantes 4.064 mortes violentas.

A ONG indicou que estes números "representam uma mudança na tendência recente" com "uma diminuição de 25% em relação aos anos de 2021 e 2022, cujos totais de mortes violentas foram de 9.447 e 9.367, respetivamente", mostrando "uma estagnação, sem redução ou aumento, em relação às mortes violentas do biénio anterior".

"Ao converter o número de mortes violentas em 2023 em taxas, ajustadas à base populacional estimada de 26 milhões de habitantes, obtivemos uma taxa de 26,8 óbitos por cada 100.000 habitantes. Isso representa uma redução significativa de 8,5 pontos percentuais em relação às (taxas) registadas nos anos de 2021 e 2022, que foram de 34,9 e 35,3 óbitos por 100.000 habitantes, respetivamente".

De acordo com a ONG, "os homicídios registaram a menor redução, 15,9%, com menos 372 vítimas" enquanto "as mortes envolvendo a polícia diminuíram 23,1%, com menos 287 falecidos". Por outro lado, "as mortes em investigação apresentaram a maior redução, com um decréscimo de 1.735 casos registados, representando uma diminuição de 29,9% em relação a 2022".

Apesar de "um decréscimo global" em termos de valores absolutos, as causas de morte violenta mantiveram-se "bastante semelhantes" ao ano anterior, referiu.

"As mortes ocorridas por intervenção policial representaram 13,7% do total das mortes violentas, muito semelhante aos 13,2% registados em 2022", apontou.

A percentagem de mortes em investigação "diminuiu 3,7%, passando de 61,9% em 2022 para 58,3% em 2023, e as vítimas de homicídio aumentaram 3,2 pontos percentuais, passando de 24,9% no ano passado para 28,1% este ano", disse.

"Em 2023, registou-se uma média de 581 mortes violentas por mês, 134 por semana e 19 por dia.  As mortes envolvendo a polícia foram em média 79 por mês, 18 por semana e três por dia", de acordo com o relatório.

"Dois terços (66%) das vítimas de homicídio tinham entre 15 e 44 anos de idade", sublinhou o documento, precisando que 71% das vítimas de homicídio não possuía antecedentes criminosos e que 64% dos mortos em intervenções policiais tinha registo criminoso.

O número de desaparecidos, estimado em 1.443 em 2023, continua a ser alto, representando uma taxa de 5,5 por cada 100.000 habitantes.

O Distrito Capital, com uma taxa de 50,8%, foi a região venezuelana com mais mortes violentas, seguindo-se os estados de Miranda (41,0%), Bolívar (38,5%), La Guaira (36,4%), Amazonas (33,4%), Yaracuy (27,5%), Delta Amacuro (27,4%), Arágua (27,2%), Guárico (26%), Falcón (25,5%) e Carabobo (25,3%).

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