ONU alerta para "impacto aterrador" nos civis dos ataques em Kharkiv

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A ofensiva na região fronteiriça da Rússia, lançada em 10 de maio, destruiu edifícios residenciais e infraestruturas civis, enquanto comunidades inteiras foram desenraizadas, com mais de 10.000 pessoas deslocadas, segundo a ONU.

Centenas de pessoas foram obrigadas a abandonar as casas, abrigando-se durante dias em caves sem eletricidade e no meio de fortes bombardeamentos, disse a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Liz Throssell.

A Missão de Monitorização dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia (HRMMU) calculou em 35 o número de civis mortos e 137 feridos em resultado da nova ofensiva russa em Kharkiv nas últimas duas semanas.

Mais de metade das vítimas, feridos e mortos, são pessoas com mais de 60 anos de idade, uma indicação do "número desproporcionado" de idosos que residem na linha da frente, porque não puderam ou não quiseram fugir.

Depois de entrevistar cerca de uma centena de residentes destas zonas, a HRMMU disse que a grande maioria optou por permanecer em casa apesar dos riscos, porque a situação no exterior é ainda pior.

Throssell disse em Genebra, Suíça, que muitos dos deslocados foram para Kharkiv, a capital da província com o mesmo nome, em busca de abrigo.

No entanto, a cidade, a segunda maior depois de Kiev, está a ser alvo de bombardeamentos russos.

"Apelamos mais uma vez à Rússia para que respeite rigorosamente todas as regras do direito internacional relativas à condução das hostilidades e para que cesse imediatamente os ataques à Ucrânia", disse Throssell.

A porta-voz lamentou que "no terceiro ano do ataque da Rússia à Ucrânia, sem fim à vista, vidas, casas e futuros continuam a ser destruídos", segundo a agência espanhola Europa Press.

"O impacto a longo prazo desta guerra far-se-á sentir durante gerações, e a tarefa de reconstrução das comunidades destruídas, que já é gigantesca, tornar-se-á maior a cada novo dia de violência e destruição", afirmou.

Os ataques aéreos em Kharkiv continuaram na noite passada, embora sem baixas, ao contrário da noite anterior, em que foram mortas sete pessoas e 15 ficaram feridas.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, afirma ter lançado a ofensiva no nordeste da Ucrânia para criar uma zona tampão que impeça os ataques ucranianos em território russo.

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