ONU alerta sobre falta de empenho nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

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As Nações Unidas alertam que com "menos de um quinto das metas cumpridas", os países não estão a cumprir a promessa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e recomenda mais esforços diplomáticos e financiamento urgente.

"A concretização dos ODS - a melhor via para enfrentar os desafios globais - continua a ser ilusória", avisa o relatório (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024) das Nações Unidas divulgado esta sexta-feira.

Desta forma, a ONU recomenda mais financiamento frisando que o défice de investimento nos ODS, nos países em desenvolvimento - ascende atualmente a quatro mil milhões de dólares por ano.

Para a ONU, os países em desenvolvimento precisam de mais recursos financeiros e de novas medidas fiscais propondo, por isso, uma reforma "da arquitetura financeira mundial" considerada crucial para que seja atingida a verba necessária, capaz de estimular o desenvolvimento sustentável.

O mesmo documento das Nações Unidas frisa igualmente que a "paz e a segurança" são essenciais, recordando que o número de pessoas deslocadas atingiu um nível sem precedentes: cerca de 120 milhões até maio passado.

"(O número) de vítimas civis registou um aumento de 72% entre 2022 e 2023, no contexto de uma escalada da violência, o que realça a necessidade urgente de paz. É essencial resolver os conflitos atuais através do diálogo e da diplomacia", indica o relatório.

No essencial, "a seis anos da data proposta", a ONU avisa que os progressos atuais estão "muito aquém do que é necessário para cumprir os ODS" e frisa que sem um investimento e ação reforçadas, a concretização do "projeto para um mundo mais 'resiliente' e próspero" vai continuar a ser difícil. 

Por outro lado, o relatório revela que apenas 17% das metas estão atualmente "no bom caminho", com quase metade a registar progressos mínimos ou moderados e mais de um terço a estagnar ou a regredir.

"Os impactos persistentes da pandemia de COVID-19, o agravamento dos conflitos, as tensões geopolíticas e o crescente caos climático prejudicaram gravemente os progressos", refere o relatório.

De acordo com a ONU, mais de 23 milhões de pessoas encontram-se em situação de pobreza extrema e mais de 100 milhões sofreram de fome em 2022, em comparação com 2019.

"O número de mortes de civis em conflitos armados aumentou em 2023. Esse ano (2024) foi também o mais quente de que há registo, com as temperaturas globais a aproximarem-se do limiar crítico de 1,5 graus centígrados", avisa o documento.

"Este relatório destaca a necessidade urgente de uma cooperação internacional mais forte e mais eficaz para maximizar o progresso", disse o Secretário-Geral da ONU, António Guterres referindo-se à nova análise difundida esta sexta-feira em Nova Iorque.

"A mais de seis anos do fim do prazo, não podemos deixar de cumprir a nossa promessa para 2030 de acabar com a pobreza, proteger o planeta e não deixar ninguém para trás", acrescentou Guterres. 

A ONU reitera igualmente que a Cimeira do Futuro que vai realizar-se nos dias 22 e 23 de setembro na sede da ONU em Nova Iorque, é fundamental "para colocar o mundo no caminho certo no sentido de se alcançarem os ODS".

"As deliberações da cimeira vão incluir a abordagem da crise da dívida que está a atrasar tantos países em desenvolvimento e a necessidade urgente de reforma" fiscal, a nível internacional.

De acordo com o relatório, tanto a Conferência sobre o Financiamento do Desenvolvimento como a Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social em 2025 vão também ser momentos fundamentais para impulsionar os ODS. 

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