ONU denuncia que Irão acelera produção de urânio enriquecido

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O valor indicado no relatório técnico representa um aumento de 20,6 quilos no que diz respeito aos níveis de material fóssil, que está próximo de poder ser utilizado para o fabrico de uma bomba atómica, estimado no documento anterior, apresentado há três meses, pela organização com sede em Viena.

No documento, o diretor-geral da AIEA, o argentino Rafael Grossi, volta a lamentar que o Irão continue a não reverter a sua decisão de vetar a entrada de alguns dos seus inspetores no país, o que prejudica a sua capacidade de verificação por parte do organismo.

A agência estima que o armazenamento total de urânio enriquecido do Irão - que segundo o acordo nuclear internacional de 2015 não deve exceder 300 quilos - totalizava 6.201 quilos em 11 de maio, o que representa um aumento de 675,8 quilos desde o trimestre anterior.

Segundo dados da AIEA, as reservas de urânio enriquecido a 2% aumentaram desde o relatório anterior, emitido em fevereiro, em 637 quilos, para 2.571 quilos.

Os de urânio enriquecido a 5% caíram para 2.376,9 quilos, 19,9 quilos a menos, enquanto o urânio com pureza de 20% aumentou 39,1 quilos, para 751,3 quilos.

Apenas a quantidade de urânio enriquecido a 60%, o mais delicado, caiu de 128,3 para 121,5 quilos, o que, talvez, se deva ao facto de o Irão ter diluído o material para purezas mais baixas.

Em novembro de 2022, o Irão tinha 62 quilos de urânio a 60%, menos de metade do que possui atualmente.

O acordo de 2015, do qual os EUA saíram unilateralmente em 2018 e que o Irão começou a violar um ano depois, estabelecia um limite de 300 quilos de urânio enriquecido com pureza máxima de 3,67%.

A AIEA critica também o facto de o Irão ter continuado a dificultar os controlos ao aplicar um veto, permitido no Tratado de Não Proliferação (TNP), a vários inspetores, a maioria deles de países europeus.

Apesar dos apelos de Grossi para que o Irão mudasse de ideias, Teerão decidiu não rever o seu veto.

O relatório de hoje - que é publicado antes da reunião do Conselho de Governadores da AIEA na próxima semana - recorda que as atividades de verificação e supervisão da agência foram seriamente afetadas pela cessação por parte do Irão de cumprir os seus compromissos nucleares estabelecidos no pacto internacional.

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