ONU elogia transparência na destruição da droga apreendida na Guiné-Bissau

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A representante do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) na Guiné-Bissau, Ana Cristina Andrade, elogiou hoje "a forma transparente" como as autoridades do país procederam à destruição da droga apreendida no aeroporto de Bissau.

A Polícia Judiciária, acompanhada de várias autoridades judiciais e de segurança guineenses, procedeu hoje, numa propriedade industrial de produção de aguardente, na localidade de Safim, a 16 quilómetros de Bissau, à incineração e queima de mais de 2,6 toneladas de cocaína.

A droga, transportada, segundo a Polícia Judiciária (PJ), da Venezuela, num jato privado, foi apreendida no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau no passado dia 07.

Logo às primeiras horas de hoje e na presença de jornalistas, ainda em Bissau, a PJ realizou testes e a pesagem da droga e, de seguida, fez deslocar uma caravana de cerca de 30 viaturas para Safim.

Já no local, e após uma paragem do comboio de veículos na estrada por falta de gasóleo no carro que transportava a droga, a PJ procedeu, novamente, a testes para comprovar se não ocorreu nenhuma adulteração ao produto e só depois ordenou o início de incineração.

"Congratulamo-nos com a modalidade utilizada hoje pelas autoridades da Guiné-Bissau em termos de destruição da droga apreendida recentemente no aeroporto internacional da Guiné-Bissau", declarou Ana Cristina Andrade.

A responsável da UNODC defendeu que a transparência do processo demonstra uma "postura de prestação de contas", o que, realçou, também revela que "não há nada a esconder".

Uma das várias organizações da sociedade civil guineense presentes no ato foi a Liga Guineense dos Direitos Humanos, tendo o seu presidente, o jurista Bubacar Turé, enaltecido também a "transparência do processo" da destruição da droga apreendida no passado dia 07.

Contudo, Turé manifestou a sua preocupação com o futuro das investigações até à conclusão do processo judicial.

Turé justificou os seus receios com casos do passado em que narcotraficantes foram postos em liberdade pelo Supremo Tribunal de Justiça, após terem sido "detidos em flagrante delito" e condenados em tribunais inferiores.

"Neste momento não há nenhum narcotraficante (...) cuja culpabilidade foi comprovada nos tribunais inferiores, que [esteja] neste momento detido", afirmou o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

O diretor nacional da PJ guineense, o também jurista Domingos Correia, adiantou que o processo de investigação do caso continua e que nos próximos dias haverá novidades, lembrando que algumas pessoas já se encontram detidas.

Os cinco ocupantes do jato que trouxe a droga (um brasileiro, um colombiano, um equatoriano e dois mexicanos) estão em prisão preventiva.

Domingos Correia aproveitou a ocasião para esclarecer que não corresponde à verdade que o jato tenha transportado cinco toneladas de cocaína.

De acordo com o responsável, a droga apreendida foi aquela que foi apresentada aos jornalistas, "desde os primeiros minutos" da operação.

O diretor nacional da PJ guineense explicou que um advogado de defesa dos suspeitos é que terá tentado que se dissesse que a droga capturada era em quantidade menor do que a realmente transportada.

"Não se falou numa quantidade superior, tentou-se falar numa quantidade menor e a polícia apresentou aquela que é quantidade que vocês puderam ver desde os primórdios, desde os primeiros minutos desta operação", disse Domingos Correia.

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