OPA. Greenvolt diz que vai analisar “com todo o detalhe” proposta da KKR

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A energética disse que vai proceder à análise quando receber o projeto de prospeto, para mais tarde o conselho de administração emitir um relatório sobre a OPA.

A energética liderada por João Manso Neto diz que vai analisar a proposta da Gamma Lux, fundo detido pela gestora de ativos norte-americana KKR, assim que receber mais informação.

“A Greenvolt analisará com todo o detalhe o projeto de prospeto quando o receber e, de acordo com o previsto na legislação aplicável, pronunciar-se-á sobre a oferta no relatório que compete ao Conselho de Administração emitir”, disse a companhia ao JE.

Sobre as obrigações convertíveis da KKR, confirmou que atingem os 12,5% do capital. “No início deste ano, o grupo de que o oferente faz parte financiou a Greenvolt através da subscrição de obrigações convertíveis no montante de €200M, tendo ficado definida a possibilidade de conversão ao fim do terceiro ano do investimento (em 2026). Considerando o valor definido para o exercício, de 10€, poderá ficar com o equivalente a 12,5% do capital do Grupo Greenvolt”.

“De acordo com o disposto no anúncio preliminar, considera a possibilidade de exercer o direito de conversão em ações caso ocorra uma alteração de controlo por efeito dos contratos de compra e venda celebrados com acionistas de referência”, segundo fonte oficial.

A OPA vale 1,2 mil milhões de euros, segundo as contas apresentadas pela “Bloomberg”. A Gamma Lux está a oferecer 8,30 euros por ação, mais 11% face ao preço de fecho na quarta-feira. A cotada subiu quase 10% na sessão de hoje, fechando nos 8,185 euros por ação.

A KKR quer expandir-se no sector das energias renováveis, uma indústria cada vez mais atraente à medida que o mundo faz o longo caminho rumo ao carbono zero.

Neste momento, a KKR já conta com sete acionistas da Greenvolt a bordo (61% do capital), faltando conquistar o restante capital. A empresa já avisou que quer tirar a Greenvolt de bolsa se conseguir ficar com 90% ou mais do capital.

A KKR já tinha anunciado em janeiro de 2023 que iria investir 200 milhões de euros em obrigações convertíveis da Greenvolt com o objetivo de financiar a expansão da empresa liderada por João Manso Neto. Com esta operação, a KKR passou a deter 1,2% da Greenvolt, uma operação que avaliava a Greenvolt em 1,6 mil milhões de euros. O acordo prevê que se as ações da cotada atingirem 10 euros no final do terceiro ano, a KKR pode converter as obrigações em capital da energética, passando a deter 12,5% da companhia.

“Esta é uma operação de extrema relevância para a Greenvolt, na medida em que vemos na KKR não apenas um investidor, que reconhece o potencial da empresa, mas também um parceiro, que acredita na estratégia que definidos, isto ao mesmo tempo que possibilitará acelerar ainda mais o cumprimento dos compromissos assumidos. Estou certo de que será uma parceria geradora de novas oportunidades de crescimento que maximizem o valor” da companhia, disse em janeiro de 2023 em comunicado João Manso Neto.

Desde 2015 que a KKR já investiu mais de 15 mil milhões de dólares em instrumentos de capital a nível mundial para investir em ativos renováveis, tais como a energia solar e eólica, segundo o comunicado da altura.

Por seu turno, Vincent Policard da KKR disse então que o fundo está “muito entusiasmado em fazer esta parceria que dará suportes à estratégia de criação de valor no segmento das energias renováveis, entregando 100% de energia verde através de múltiplas tecnologias em diversas geografias. Vemos uma grande oportunidade para a Greenvolt na biomassa, na energia eólica e solar de larga escala e na geração distribuída e este investimento está alinhado com o compromisso da KKR para dar novos passos rumo à importante transição energética”.

Greenvolt. KKR impõe 11 condições para a OPA ter sucesso (sapo.pt)

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